Morte em viatura policial é inacreditável, protesta Vanessa

10/10/2017 09h40

Nesta 2ª feira, 9 de novembro, a senadora Vanessa Grazziotin, procuradora Especial da Mulher, manifestou solidariedade à família e aos amigos de Laís Andrade Fonseca, assassinada no sábado, dia 7 de outubro, por um ex-companheiro, dentro de um carro de polícia, no trajeto entre Pavão e Teófilo Otoni, em Minas Gerais.

“Seria inacreditável, se contássemos essa história”, disse a senadora Vanessa. De acordo com os relatos da imprensa, Laís, 30 anos, mãe de uma criança de 8 anos, descobriu que o ex-companheiro havia colocado uma câmera filmadora dentro do banheiro de casa. Ela fez a denúncia em Pavão, e foi colocada em uma viatura, junto com o denunciado, para fazer o depoimento em Teófilo Otoni.

“Aí o agressor, o ex-companheiro, pediu aos policiais que dessem uma paradinha na casa dele, porque precisava pegar um documento. E, quando parou na casa, sabem o que pegou? Uma faca. E, com a faca, matou a mulher dentro da viatura da Polícia Militar. É algo assim inacreditável”, disse Vanessa.

Mimimi

Segundo Vanessa, é comum fazer pouco caso da violência contra a mulher: “Dizem mulher fica no mimimi. Não há nada de mimimi. O que há aqui é uma realidade nua e crua da situação em que vivem as mulheres hoje, no País”, disse.

A procuradora Especial da Mulher do Senado disse que as mulheres têm um maior nível de escolaridade e ganham menos; são penalizadas pela concepção, por darem à luz e terem que ter licença-maternidade para garantir os primeiros cuidados de seu filho ou de sua filha, sendo que 90% dessas, dois anos depois, são demitidas do emprego, como uma prevenção do patrão para que não engravidem novamente e não peçam outra licença-maternidade.

A Procuradoria Especial da Mulher do Senado emitiu uma nota de solidariedade sobre o caso do assassinato de Laís Andrade Fonseca e acompanha o caso.