Conselho divulga nomes de ganhadoras do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz

13/12/2014 08h45

Em reunião nesta terça-feira (16/12), o Conselho do Senado Federal, composto por 15 membros e presidido pela senadora Ângela Portela (PT-RR), escolheu de forma inédita uma mulher a mais para ser agraciada com o Prêmio Bertha Lutz.

Diante do empate no número de votos, em oito de março de 2015, seis mulheres receberão o prêmio oferecido anualmente a cinco personalidades femininas que se destacaram na luta pelos direitos da mulher.  São elas: Carmen Lúcia Antunes Rocha, Clara Araújo, Mary Garcia Castro, Ivanilda Pinheiro Salucci, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha e Creuza Maria Oliveira.

Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Procuradora da Mulher no Senado e integrante do Conselho, considerou difícil a escolha entre os 16 nomes apresentados por entidades da sociedade civil. Segundo ela, todas possuem mérito por terem se dedicado com coragem e determinação à defesa da igualdade entre homens e mulheres.

A procuradora da Mulher revela ainda estar em tramitação no Senado projeto de sua autoria (PR nº 40/2014) que permite a um homem ser agraciado com o Prêmio. A proposta foi aprovada nesta semana pela Comissão de Educação e encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça para em seguida ser apreciada pelo Plenário da Casa.

Ao defender a proposição, Vanessa Grazziotin destaca a necessária construção de um novo paradigma para as relações de gênero, com base na superação da oposição entre o masculino e o feminino e na consolidação de um modelo fundado em valores como harmonia, parceria e solidariedade no caminho da emancipação social.

O Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz foi criado pelo Senado Federal em 2001 e agraciou até hoje 70 mulheres, entre elas a ex-senadora Emilia Fernandes, a feminista Rosemarie Muraro, a farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, inspiradora da lei contra a violência dirigida às mulheres, e também a presidente Dilma Rousseff.

Conheça as ganhadoras da edição 2015 do Prêmio:

Creuza Maria Oliveira, nascida na Bahia, é presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas e começou a trabalhar as 10 anos, quando o trabalho infantil ainda era tolerado e somente aos 21 anos teve sua carteira assinada, recebeu seu primeiro salário e começou a ser alfabetizada.

Carmem Lucia Antunes Rocha é ministra do Supremo Tribunal Federal. Mineira, é ainda escritora e doutora em direito do Estado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Foi procuradora do Estado de Minas Gerais, Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministra do Superior Tribunal Federal.

Clara Araújo foi a primeira mulher a presidir a União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1982, é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e foi uma das fundadoras da União Brasileira de Mulheres (UBM).

Mary Castro é pesquisadora de temas relacionados a direitos humanos de mulheres e jovens na América Latina.  Doutora em sociologia pela University Of Florida, publicou vários livros relacionados a temas de gênero, movimentos sociais, identidades e cidadania. Devido à ditadura militar teve que sair do país em 1987 e como professora universitária aposentada ministra palestras para formação de lideranças feministas em todo o Brasil.

Maria Elizabeth Teixeira é a primeira ministra empossada presidente do Superior Tribunal Militar (STM)                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      no biênio 2013/2015. Bacharel em Direito pela PUC/Minas, foi procuradora Federal da Advocacia Geral da União (AGU).

Ivanilda Pinheiro Salucci é educadora social, ajudou a fundar o Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente de Roraima e atualmente trabalha com crianças e suas famílias em área de risco na cidade de Boa Vista (RR). É membro do Conselho Municipal dos Direitos da e do Adolescente e compõe o Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual.