Congresso Nacional pelo Fim da Violência contra a Mulher

27/11/2015 14h15

Em referência ao Dia Internacional de Luta contra a Violência sobre a Mulher, foi realizado nesta quarta-feira, 25/11, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, evento de lançamento da campanha “16 dias de Ativismo”. A campanha busca conscientizar a população sobre os diferentes tipos de agressão contra o sexo feminino. Trata-se de uma mobilização anual, empreendida por diversos atores da sociedade civil e do poder público.

A campanha, realizada em escala mundial de 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, a 10 de dezembro, data em que foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, também tem o objetivo de propor medidas de prevenção e combate à violência, além de ampliar os espaços de debate com a sociedade. Apresenta calendários adaptados à realidade de cada país.

No Brasil, neste ano, iniciou-se no dia 18 de novembro e se estenderá até o dia 10 de dezembro, passando pelo 6 de dezembro, Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

Na ocasião foi lançado o blog da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher. Simone Tebet (PMDB-MS), presidente da Comissão, fez a abertura do evento e apresentou o portal, “tenho orgulho de fazer parte desta comissão. Ela está engatinhando, mas já apresentou debates importantes e a tendência é crescer cada dia mais”. Simone destacou as duas grandes causas da comissão, que são o combate à violência contra a mulher e diminuição da diferença racial. Confira o blog: www.mulheresnocongresso.com.

A representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadini Gasman, falou sobre a campanha 16 dias de ativismo e sua importância, “as mulheres estão mudando os rumos deste país. A violência tronou-se pública e o combate a ela uma luta política”, registrou.

Julio Jacobo Waiselfisz (Flacso) pesquisador do Mapa da Violência 2015 – Homicídio de mulheres no Brasil, lançado no dia 09/11, apresentou os resultados da pesquisa. Segundo o mapa 55,3% desses crimes aconteceram no ambiente doméstico, sendo 33,2% cometidos pelos parceiros ou ex-parceiros das vítimas. A pesquisa também revela que os feminicídios de mulheres negras aumentaram 54% em dez anos no país, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013.

“Nosso problema não é de políticas e legislação. Nosso problema está na aplicação e na eficácia das leis. Nosso foco maior é mudar essa cultura patriarcal baseada no racismo”, finalizou Jacobo.

 

Lançamento do livro e documentário sobre Laudelina Campos Mello – Fundadora da primeira Associação de Trabalhadoras Domésticas

Para encerar o evento, foi lançado o livro “Etnicidade, Gênero e Educação: Trajetória de vida de Laudelina de Campos Mello, da escritora Elisabete Aparecida Pinto” e o documentário “Laudelina: Lutas e Conquistas”. Laudelina foi uma ativista negra, que fundou o primeiro sindicato das domésticas do Brasil. Umas das mulheres mais importantes na luta sindical, Laudelina, foi uma mulher que esteve à frente de seu tempo e lutou também contra o preconceito racial, a subvalorização das mulheres e a exploração da classe trabalhadora.

Autora da obra, Elizabete Aparecida, falou sobre as dificuldades para escrever o livro e sobre a sorte de conviver durante dois anos ao lado de Laudelina, “este trabalho foi realizado há 22 anos atrás e fico feliz pela possibilidade de inaugura-lo agora. Um sonho realizado”.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) finalizou o lançamento e as atividades deixando seu agradecimento a todos que fizeram parte do projeto, que servirá como inspiração para muitas mulheres “uma história de vida como essa nos deixa muitos exemplos e um grande incentivo”.

Prestigiaram o evento, dentre outros, as senadoras Lídice da Mata (PSB-BA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM); as deputadas Alice Portugal (PCdoB-BA), Jô Moraes (PCdoB-MG), Christiane Yared (PTN-PR), Elcione Barbalho (PMDB-PA), Conceição Sampaio (PP-AM), Luiziane Lins (PT-CE) e Dâmina Pereira (PMN-MG), e Marília Cunha, representante da UBM.