Comissão discute violência contra mulheres policiais

Aconteceu ontem, 22/9, na Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher, audiência pública para discutir a violência contra mulheres policiais. A discussão contou com o depoimento de duas soldadas integrantes da Polícia Militar de Minas Gerais que relataram já terem sofrido assédio moral e sexual cometido por um tenente da corporação.
23/09/2015 11h20

Aconteceu ontem, 22/9, na Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher, audiência pública para discutir a violência contra mulheres policiais. A discussão contou com o depoimento de duas soldadas integrantes da Polícia Militar de Minas Gerais que relataram já terem sofrido assédio moral e sexual cometido por um tenente da corporação.

Segundo Regina Miki, Secretária Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, “o assédio já é um crime violentíssimo, partindo de alguém que é superior e a quem cabe dar até a sua promoção, é mais grave ainda”. Ela defendeu a necessidade de punir os policiais que vestem a farda para fazer o mal.

Taís Cerqueira da Silva, representante da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, observou que ainda existe uma “cultura de violência arraigada em comportamentos culturais” e muitas vezes a sociedade culpa a mulher por ser violentada. Taís sugeriu que as mulheres policiais pudessem utilizar dos serviços de atendimento já existentes, como a Casa da Mulher Brasileira e os Centros de Referência de Atendimento à Mulher, por que muitas vezes as vítimas não se sentem a vontade para fazer um atendimento dentro de seu próprio órgão.

As policiais, Kátia Flávia Queiroz e Marcela Oliveira, disseram não serem as únicas vítimas desse tipo de violência, mas “muitas policiais e outras mulheres de outras instituições não têm coragem de relatar”.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) lamentou o fato dos crimes de violência contra a mulher ser um problema recorrente em todo país e defendeu a federalização do crime de feminicídio. Já a senadora Regina Souza (PT-PI) disse que é preciso incluir na formação dos policiais uma carga horária para tratar de direitos humanos por que segundo a parlamentar a formação atual ainda carrega resquícios da ditadura.

A audiência presidida pela vice-presidente da comissão Keiko Ota (PSB-SP) também contou com a presença da senadora Fátima Bezerra (PT-RN) e as deputadas Luizianne Lins (PT-CE), Flávia Morais (PDT-GO), Alice Portugal (PCdoB-BA), Christiane Yared (PTN-PR), Carmen Zanotto (PPS-SC), Erika Kokay (PT-DF), Conceição Sampaio (PP-AM), Moema Gramacho (PT-BA), Elcione Barbalho (PMDB-PA) e Clarissa Garotinho (PR-RJ).

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado