Bancada feminina cresce no Senado Federal

28/01/2015 14h50

 

Bancada feminina cresce no Senado Federal

Em 1º de fevereiro, 13 mulheres ocuparão cadeiras entre as 81 do Senado, o que representa 10,53% do total. A alteração da bancada de dez parlamentares na 53ª Legislatura para 13 senadoras no exercício 2015/2019 se deve ao fato de que duas não foram reeleitas, Ana Rita (PT-ES) e Ivonete Dantas (PMDB-RN) e duas eram suplentes e assumem no lugar dos titulares, Regina Souza (PT-PI) e Sandra Braga (PMDB-AM). As eleitas em 2014 foram Fátima Bezerra (PT-RN), Rose de Freitas (PMDB-ES), Simone Tebet (PMDB-MS), e Maria do Carmo Alves (DEM-SE).

As cinco que chegam são novatas no Senado, mas veteranas na vida pública, com trajetórias exemplares de dedicação às grandes causas nacionais e às orientações partidárias. Elas mostram disposição de atuar em favor da luta das mulheres.
A pedagoga Fátima Bezerra (PT-RN) foi deputada estadual por dois mandatos. Eleita três vezes para a Câmara dos Deputados, alcançou 808.055 como senadora. Ela destaca sua formação educadora: “Chego ao Senado movida pelo mesmo sentimento de 20 anos atrás, quando iniciei minha vida pública: contribuir por uma sociedade mais justa, sempre no trilho da ética, da honestidade, do compromisso, da honradez. São sementes plantadas nestes anos todos de atuação parlamentar. A Educação, foco central de minha luta, continuará abrindo portas para novas batalhas. Ser a primeira senadora de origem popular do RN é um orgulho. Lutar por causas tão importantes para a humanidade me enchem de profunda alegria. É assim que quero continuar meu caminho. E assim será”.


Rose de Freitas (PMDB-ES), advogada, cumpriu seu primeiro mandato como deputada estadual no Espirito Santo em 1982 e teve ainda seis mandatos como deputada federal. Ela foi a primeira mulher a fazer parte da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados como vice-presidente em 2011. Chega ao Senado com 776.978 votos e quer trabalhar no combate às desigualdades: “Aumentar a representatividade das mulheres em todos os níveis é importante par ao fortalecimento da luta pela igualdade, que ainda não é reconhecida na sua plenitude em nossa sociedade”, afirma.

Simone Tebet (PMDB-MS) é advogada e começou a vida política como deputada estadual em 2002. Eleita e reeleita prefeita da cidade de Três Lagoas-MS em 2004 e 2008, em 2010 assumiu o cargo de vice-governadora daquele estado. Chega agora ao Senado com 640.336 votos. Ela afirma que “o ano de 2015 exigirá muito de todos nós. Tenho consciência da minha responsabilidade e do momento delicado que o Brasil atravessa. Que Deus nos dê sabedoria e coragem para cumprirmos nossa missão de servir ao Brasil e a nossa gente”.


Regina Sousa (PT-PI) é quebradeira de coco e assume o mandato no lugar do senador Wellington Dias, também do PT, eleito governador. Primeira mulher senadora do Piauí é ainda presidente do seu partido no estado e espera priorizar ações na área de Direitos Humanos, educação e meio ambiente e resgata suas raízes diante do desafio do mandato: “Gradativamente, ainda não tanto quanto desejamos, as mulheres vêm ocupando o espaço público como conquista, e não como concessão. É nesse contexto que chego ao Senado, trazendo no sangue a luta das mulheres guerreiras do meu Piauí, da escrava rebelde às “damas” da sociedade, que se juntaram aos maridos na Batalha do Jenipapo. E na alma trago “a força, a garra e a raça” das Marias da canção popular e, como elas, também tenho a “estranha mania de ter fé na vida”.


Sandra Braga (PMDB-AM)
é empresária e assume o mandato no lugar de Eduardo Braga (PMDB-AM), seu marido, agora Ministro de Minas e Energia. Ela espera atuar em sintonia com a bancada feminina na Casa e indica as expectativas para 2015: "Acredito que teremos um ano de muito trabalho e importantes discussões. Em início de mandato, estou em um momento de estudar os projetos em tramitação no Senado e quero colaborar, em parceria com as demais senadoras e senadores, com a discussão de projetos que visem à melhoria da vida das mulheres do meu país e, especialmente, do meu estado."

Maria do Carmo Alves (DEM-SE) é advogada e está no segundo mandato como senadora. Elas foi Secretária Estadual de Assistência Social, obteve 448.102 votos e defende o aperfeiçoamento de iniciativas protetivas para as mulheres: Encerramos o ano de 2014 com a aprovação do projeto que altera o Código Penal e estabelece o feminicídio como um dos tipos de homicídio qualificado. Essa foi uma grande conquista para as brasileiras contra o crime que é praticado por razões de gênero e que resulta na morte de uma mulher por hora no Brasil. Esperamos que 2015 seja um ano expressivo na discussão da agenda feminina no Congresso e que matérias importantes possam ser apreciadas e aprovadas, para que continuemos avançando nessa luta, que não é só da mulher, mas de toda a sociedade.