Biografia - Senador Raimundo Lira


Raimundo Lira nasceu em Cajazeiras, na Paraíba, em 16 de dezembro de 1943, filho de José Augusto de Lira e de França Oliveira de Lira. É economista, professor e empresário, formado pela Faculdade de Ciências Econômicas de Campina Grande (PB) em 1968.

Na política começou no Partido Democrático Social (PDS) de 1979 até 1983. Em 1986 filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), partido pelo qual se elegeu senador para a Assembleia Nacional Constituinte por uma coligação que incluía o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB). Derrotou o ex-governador Wilson Braga, candidato ao Senado pelo Partido da Frente Liberal (PFL), tido como um dos políticos mais experientes e tradicionais da Paraíba, com 615.533 votos, a maior votação do Estado.

Elegeu-se com um discurso em defesa da reforma agrária e da ampliação da oferta de empregos e de alimentos e era identificado no mundo empresarial e político como um homem de linha progressista, que prometeu defender os trabalhadores, os pobres e a iniciativa privada contra a estatização.

Assumiu o mandato em fevereiro de 1987, na instalação da Assembleia Nacional Constituinte, onde tornou-se vice-líder do seu partido no Senado. Foi titular e Primeiro Vice-Presidente da Subcomissão de Defesa do Estado, da Sociedade e de sua Segurança e titular da Comissão da Organização Eleitoral, Partidária e Garantia das Instituições. Atuou ainda como suplente da Comissão da Ordem Econômica e da Subcomissão de Princípios Gerais, Intervenção do Estado, Regime da Atividade Econômica

Durante os trabalhos da Constituinte apresentou 24 emendas, das quais 09 foram aprovadas em sua totalidade e duas parcialmente. Votou a favor da proteção ao trabalho contra demissão sem justa causa, do turno ininterrupto de seis horas, do aviso prévio proporcional, da unicidade sindical, da soberania popular, do voto aos 16 anos, do presidencialismo, da nacionalização do subsolo, da proibição do comércio de sangue, do mandato de cinco anos para o então presidente José Sarney (1985-1990), do aborto e da anistia aos micro e pequenos empresários. Votou contra o rompimento de relações diplomáticas com países com política de discriminação racial, a pena de morte, a limitação do direito de propriedade privada, a jornada semanal de 40 horas, a estatização do sistema financeiro, o limite de 12% ao ano para os juros reais, a limitação dos encargos da dívida externa, a criação de um fundo de apoio à reforma agrária, a legalização do jogo do bicho e a desapropriação de terras produtivas. Absteve-se quanto ao mandado de segurança coletivo. Concordava com a reforma agrária, desde que fosse definida a função social da propriedade e concedidos estímulos para que ela se tornasse produtiva.

Como senador, depois da Constituinte, em 1989, saiu do PMDB e ingressou no Partido da Reconstrução Nacional (PRN), legenda de Fernando Collor, então candidato à presidência da República. Em 1991 filiou-se ao Partido da Frente Liberal (PFL).

Quando estourou a denúncia do esquema de corrupção no governo Collor, Lira presidia a Comissão Mista de Orçamento e chegou a propor o cancelamento das 29.200 emendas apresentadas ao orçamento de 1994, uma vez que oito de seus membros eram apontados como suspeitos de participação nas irregularidades. Não obteve o apoio dos partidos e passou, então, a defender o fim das emendas individuais ao orçamento da União. Propôs, mas também não teve apoio, que as emendas fossem apresentadas coletivamente pelas bancadas estaduais, independentemente de partidos. Em razão do escândalo, uma CPI foi criada, vários parlamentares cassados, alguns renunciaram e outros foram absolvidos.

No pleito de outubro de 1994, disputou a reeleição, obteve 381.186 votos, mas não conseguiu o mandato. Deixou o Senado em janeiro de 1995 e passou a dedicar-se às atividades empresariais. Em 1998 tentou mais uma vez, sem êxito.

Após afastar-se da política por quase vinte anos, compôs a chapa do PMDB e foi eleito primeiro suplente do então senador Vital do Rêgo Filho. Após a renúncia do titular para assumir uma vaga no Tribunal de Contas da União, Lira assumiu o mandato em 2014. Em 20 de abril de 2016, foi indicado para a presidência da Comissão Especial do Impeachment de Dilma Rousseff e em 2017 foi escolhido líder do PMDB no Senado Federal, substituindo o senador Renan Calheiros. Em 3 de abril de 2018,  ingressou no PSD.

Foi presidente do Clube dos Diretores Lojistas de Campina Grande, conselheiro da Sociedade Rural e da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), vice-presidente do Conselho de Administração do Banco do Estado da Paraíba S.A. (Paraiban) e professor de economia brasileira na Universidade Regional do Nordeste. Como empresário, foi diretor-presidente da Campina Grande Diesel S.A. (Camdesa), da Campina Grande Veículos S.A. (Cavesa), da Sibral Veículos Ltda. e da Fazenda Poderosa S.A., além de vice-presidente da Associação Brasileira dos Concessionários de Automóveis Fiat (Abracaf) e da Associação dos Distribuidores de Veículos Automotores (Abrave).

Casou-se com Gitana Maria Figueiredo Lira, com quem teve quatro filhos.

 

Dados Biográficos

Nome completo: Raimundo Lira

Nascimento: 16/12/1943

Naturalidade: Cajazeiras (PB)

Profissão e Atividade: Economista, empresário e professor.

 

Atuação parlamentar:

 

MandatoInícioFim
Senador - PB 1987 1995
Senador - PB 2014 2019

 

 

Fontes:

Portal do Senado: https://www25.senado.leg.br/web/senadores/senador/-/perfil/2207

“Bases da Assembleia Nacional Constituinte 1987-1988” – Senado Federal

http://www6g.senado.gov.br/apem/search?smode=advanced

Verbete “Raimundo Lira da FGV/CPDOC em

http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/lira-raimundo