Equilíbrio ambiental, acessibilidade e inclusão.

O Viveiro do Senado, que já tinha cores, cheiros e sabores, sons de passarinhos e de insetos, agora ganhou nova forma. E esse redesenho foi pensado para incluir o encanto, a surpresa e o espanto, assim como o sorriso, de quem vaga enquanto aprende. Crianças, adolescentes, mas igualmente jovens — de todas as idades —, se deixam fascinar por um cenário ao mesmo tempo bucólico e conscientizador. Aqui os mais novos amadurecem, na conexão com a natureza, e os mais experientes recobram o brilho de uma criança que vê o mundo pela primeira vez.

A educação ambiental é para todos. Integra quem passa por ali e toca os pés no chão ou desliza com a ajuda das rodas de uma cadeira pelos caminhos das trilhas acessíveis. Aquele que só pode sentir os cheiros e ouvir os sons tem a favor de si um piso tátil seguro, de maneira que a riqueza biológica em volta atende a cada um, de um modo ou de outro.

A função educadora do viveiro, portanto, começa pelos sentidos, pois religa o indivíduo ao meio ambiente e irmana o visitante ao coletivo, presente em sua plena diversidade. Ao oferecer espaço e abundância, transforma o sujeito e o grupo em protagonistas, por meio da constatação de pertencimento e da vontade de atuar como agentes de preservação da vida. Transforma, ao mostrar o quanto é importante conservar.

Erguida com tijolos de barro vermelho, o mesmo da Brasília pioneira, extraído e moldado exatamente ali, nos limites do Senado, o Viveiro reconta a história da cidade e resgata seu papel inovador. Assim como a capital, o Viveiro nasceu com a proposta de apontar para o futuro — um futuro mais sustentável em termos ambientais e humanos.

A história da fundação de Brasília e de suas construções em madeira também se reproduz no Viveiro, mas dentro de uma roupagem nitidamente ambiental. A edificação sustentável, na qual se abriga boa parte dos elementos da Sala Verde, é sustentada por pilares e vigas extraídas de reflorestamento e coberta por placas duplas de metal preenchidas no sistema sanduíche com material isolante (polipropileno). Tubos de metal e papelão sustentam a cobertura. Ali os visitantes vão receber o influxo de informações necessário para que passem das percepções sensoriais a reflexões sobre preservação do verde, reciclagem de resíduos orgânicos, produção de fertilizantes por meio de compostagem e germinação de mudas.

Refúgio de descoberta e aprendizagem, a poucos metros da sede do Congresso Nacional, o Viveiro teve cada elemento pensado para harmonizar construção humana e natureza, desde o solo até o topo dos seus telhados sustentáveis.

É um espaço onde a sabedoria brota do chão e se espalha nas composteiras, traduzida na forma como tratamos nossos resíduos, ou ainda como iniciamos de forma precursora o uso de energia do solar. Por esse lugar, há simbiose de gente, plantas, animais. E numa esfera mais subjetiva, curiosidade, anseios, vontade de inspirar e de ser inspirado.

Nos enchemos de orgulho em ser um viveiro educativo porque, quando olhamos ao redor, tudo parece ter sentido para a educação que se pratica por aqui. O processo que dela decorre nos leva a integrar as histórias das espécies e suas origens, a cultura, a diversidade humana e a inclusão, como que espelhando o nicho de agrofloresta ladeado pelos jardins africano e indígena.

Nosso cotidiano de trabalho nos faz compreender o papel essencial do viveiro na vida dos colaboradores e visitantes. Não somos um serviço voltado exclusivamente ao ajardinamento da Casa Legislativa. Somos também uma Sala Verde, ressoando as preocupações ecológicas e sociais do Senado. A recente parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), de quem obtivemos o certificado para atuar como educadores ambientais, agregou ainda mais valor às nossas atividades.

Mas o verde sem pessoas não tem significado!

Acolhemos todos aqueles que compartilham nossa missão institucional. Somos jardineiros numa jornada que ampara e fomenta o sonho de um futuro sustentável para todos. Damos continuidade ao propósito daqueles que nos precederam, deixando um pouco de si, e levaram nossas sementes para muitos outros lugares. Assim, construímos o que somos hoje: um espaço educativo, acessível e inclusivo para que esse futuro seja viável com ampla participação e empenho.

Sintam-se bem-vindos!