Educação precisa enfrentar violência de gênero, aponta debate

21/11/2017 10h20

 

Olgamir Ferreira, decana de Extensão da Universidade de Brasília, destacou a importância de o Brasil ter incorporado o Dia Nacional da Consciência Negra aos 16 Dias de Ativismo, pois no país, afirmou, o racismo é determinante nas relações sociais e também na violência. Segundo ela, o Projeto Escola Sem Partido, que tem ganhado espaço no Parlamento, ameaça a desconstrução dos estereótipos de gênero.

Lúcia Bessa, integrante do FMM-DF e da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do Distrito Federal, ressaltou a implantação, em Brasília, de um sistema de segurança para as mulheres que estão em situação de violência e sob medidas protetivas de urgência. Chamado Viva Flor, o mecanismo se assemelha ao “botão do pânico”, adotado em outros estados.

pierobomPara Thiago Pierobom, promotor de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, a ação combinada da educação, das campanhas pela valorização das mulheres e de políticas de ação afirmativa para garantir a presença das mulheres em todos os espaços sociais beneficiaria não só as mulheres como os próprios homens.

— Os homens também são vítimas de uma masculinidade tóxica, alimentada pelos estereótipos de gênero, que associam a virilidade, a agressividade, à condição masculina. E a delicadeza à condição feminina — disse.

De acordo com o promotor, os homens figuram entre 94% das vítimas de homicídios por armas, são 93% da população carcerária, 75% das vítimas de suicídios e 56% queriam ser mais amigos de seus amigos, mas têm receio de mostrar afeto.

A jornalista Ramíla Moura lembrou a música A Carne, interpretada por Elza Soares. Após cantar o verso “a carne mais barata do mercado é a carne negra”, ela sublinhou a importância da atuação da Procuradoria da Mulher, do Observatório da Mulher contra a Violência, do Comitê pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça e do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, órgãos do Senado.

maraCoordenadora do FMM-DF, Mara Dall Negro foi responsável por garantir a presença de um grande conjunto de poetas negras e negros, cujas intervenções se intercalaram ao longo das falas, como Jorge Amâncio, José Sóter, Nilva Souza, Paula Passos, Conceição Targino, Agda Camillo e Michelly Lorranny. Filha de Agda, Michelly, 11 anos, falou do orgulho de “ser negra e de cabelo volumoso”.

Ouça a reportagem da Rádio Senado: http://bit.ly/2zoUNfT

Veja a íntegra do debate: https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoaudiencia?id=12558

Veja mais fotos: https://flic.kr/s/aHsma1iEkr

Fotos: Roque de Sá/Agência Senado

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)