Memórias do golpe: Simon e Figueiró apresentam visões diferentes de 64
Da Redação | 26/03/2014, 21h10
Duas visões diferentes do movimento político-militar que depôs o então presidente da República João Goulart são apresentadas pelos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Ruben Figueiró (PSDB-MS), em depoimentos que fazem parte da série Memórias do Golpe, que a Agência Senado publica esta semana.
A própria nomenclatura é um ponto de divergência. Ao contrário de Simon, Figueiró diz que no primeiro momento não houve exatamente um golpe.
- Foi um movimento civil baseado na Constituição de 46, que estabelecia determinadas regras para o impeachment do presidente, que foi cumprido – afirma o senador tucano.
Para ele, a expectativa era de que os militares devolveriam o poder aos civis, o que não ocorreu.
- Esse segundo momento é um período negro da história brasileira - reconhece.
Deputado estadual em 1964, Pedro Simon estava com Jango em Porto Alegre enquanto o presidente decidia se resistiria ou não ao golpe de Estado em andamento. Simon lembra que o golpe foi uma surpresa “inclusive para os golpistas”. A tese do senador é a de que a deposição ilegal do presidente foi feita primeiramente pelo Congresso Nacional. Foi a partir desse momento que os militares assumiram o poder.
- Achávamos que eles [os militares] iam ficar cinco anos, mas eles gostaram – afirma.
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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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