Episódio 15 - A crise política após o suicídio de Vargas e o governo JK — Rádio Senado
Senado 200 Anos

Episódio 15 - A crise política após o suicídio de Vargas e o governo JK

Com a morte de Vargas, o vice-presidente Café Filho conduziu o país até as eleições de 1955. Pouco tempo depois, ele se afastou da Presidência, que no curto período de novembro de 1955 a 31 de janeiro de 1956, data da posse de JK, foi ocupada por Carlos Luz e Nereu Ramos, presidente da Câmara dos Deputados e vice-presidente do Senado, respectivamente. Foi no governo JK que Brasília foi construída e se tornou capital do país, em 21 de abril de 1960. A concretização dessa promessa rendeu críticas dos parlamentares, especialmente os da UDN, contrários à transferência dos poderes para um local distante do eixo Rio-São Paulo. Apesar disso, com o passar o tempo, a capital se consolidou e transformou o interior do país.

09/04/2024, 16h45 - ATUALIZADO EM 12/04/2024, 11h30
Duração de áudio: 05:11
Arte: Hunald Vale

Transcrição
O CLIMA POLÍTICO DO PAÍS, POR CAUSA DO SUICÍDIO DE GETÚLIO VARGAS, FOI RELATIVAMENTE TRANQUILO. O VICE-PRESIDENTE CAFÉ FILHO CONDUZIU O PAÍS ATÉ AS ELEIÇÕES DE OUTUBRO DE 1955. POUCO TEMPO DEPOIS, ELE SE AFASTOU DA PRESIDÊNCIA, QUE NO CURTO PERÍODO DE NOVEMBRO DE 1955 A 31 DE JANEIRO DE 1956, DATA DA POSSE DE JK, FOI OCUPADA POR CARLOS LUZ E NEREU RAMOS, PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E VICE-PRESIDENTE DO SENADO, RESPECTIVAMENTE. E É SOBRE ESSE PERÍODO DE TRANSIÇÃO E O GOVERNO DE JK QUE A GENTE VAI FALAR NO DÉCIMO QUINTO EPISÓDIO DO PODCAST SOBRE OS DUZENTOS ANOS DO SENADO. UMA PRODUÇÃO DA RÁDIO SENADO. Eleito em 3 de outubro de 1955, com 35% dos votos, Juscelino Kubitschek não teve vida fácil até a data de sua posse, marcada para o último dia de janeiro do ano seguinte. A UDN, cujo candidato Juarez Távora ficou em segundo lugar na disputa, questionou a eleição de JK e, mais uma vez, tentou na justiça barrar a posse do presidente eleito. Os Udenistas chegaram a pregar um golpe militar, para impedir a posse de JK. E coube justamente a um militar, o marechal Henrique Teixeira Lott, as ações que garantiram a manutenção da legalidade e o respeito às regras. Tendo João Goulart como vice-presidente eleito, o governo de JK ficou marcado pelo desenvolvimento do país em diversos setores. A construção de Brasília e a transferência da capital para o interior também estava prevista nos planos de JK. Para que tudo isso saísse do papel, o governo contaria com capitais externos, investimento público e canalização de dinheiro privado para os setores priorizados. Apesar de sofrer ataques de parlamentares da oposição, que denunciavam casos de corrupção, inflação alta e aumento da dívida pública externa, JK teve uma relação amistosa com o Senado, como explica o professor Estêvão Rezende Martins, do Departamento de História da Universidade de Brasília. Sonora: Estêvão Rezende Martins: Nos anos 50, nós não temos o Senado tão grande. Segundo nós temos uma Câmara proporcionalmente maior, não é verdade? Terceiro nós temos um sistema de representação que faz com que a duração do mandato e o calendário eleitoral privilegiem a, digamos assim, o esquentamento do debate nas câmaras mais numerosas, onde há mais pessoas representando a estrutura política das vontades. O Senado é reduzido. Nesse aspecto. Na Câmara dos Deputados, os debates eram mais acirrados, como lembrou o ex-presidente do Senado, José Sarney, que em 1955 iniciou seu primeiro mandato como deputado federal. Sonora: José Sarney: E dentro da Câmara estava aquela Câmara que é recente dos debates, quer dizer, no Rio de Janeiro, a Câmara tinha um lugar solar, quer dizer, a sociedade do Rio de Janeiro, a cidade vivia a Câmara dos deputados. Os grandes debates que nós assistimos ia pra lá pra olhar o Carlos Lacerda foi o maior orador parlamentar que eu conheci em todos os tempos. O Vieira de Mello, que também era, quando eu cheguei, ele era o líder do do Presidente Juscelino, também um morador excepcional. Foi no governo JK que Brasília foi construída e se tornou a nova capital do país, em 21 de abril de 1960. A concretização dessa promessa rendeu críticas de muitos parlamentares, especialmente os da UDN, que representavam o pensamento dos que eram contrários à transferência dos poderes para o Planalto Central, local distante do eixo Rio-São Paulo. Mesmo depois da inauguração de Brasília, houve muita resistência por parte dos parlamentares em relação à nova capital. Inicialmente, alguns se recusaram a vir para a nova cidade sede dos poderes da República. Apesar disso, com o passar o tempo, a capital se consolidou e, mais do que isso, transformou o interior do país. INAUGURADA EM ABRIL DE 1960, BRASÍLIA SEDIARIA POUCOS MESES DEPOIS A PRIMEIRA POSSE DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA. O NOVO PRESIDENTE ELEITO FOI JÂNIO QUADROS, QUE FICOU NO CARGO MENOS DE SETE MESES. EM AGOSTO DE 1961, JÂNIO RENUNCIOU, ABRINDO ESPAÇO PARA UM PERÍODO CONTURBADO, QUE RESULTOU NO GOLPE MILITAR DE 1964. ACOMPANHE TODO O DESENROLAR DESSA HISTÓRIA NO PRÓXIMO EPISÓDIO DO PODCAST SOBRE OS DUZENTOS ANOS DO SENADO. TODOS OS EPISÓDIOS DESSA SÉRIE ESTÃO DISPONÍVEIS NAS PRINCIPAIS PLATAFORMAS DE ÁUDIO. ACESSE E OUÇA QUANDO QUISER.

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