Inadimplência vem caindo e medida pode evitar o superendividamento

Da Redação | 17/12/2013, 01h00

Juliana Steck

 

Outra vantagem do cadastro positivo seria combater o superendividamento por permitir juros mais baixos, afirmam a Serasa e o SPC.

 

O economista da Serasa Luiz Rabi diz que, segundo dados do Banco Central, a inadimplência caiu no último ano de mais de 8% para cerca de 6,8%.

 

Só no Serasa, informa, de janeiro a outubro deste ano, 20,6 milhões de consumidores entraram na lista de inadimplentes: houve uma queda em relação a igual período de 2012, quando entraram 21,5 milhões. O economista explica que essa queda teve início em outubro do ano passado e que 2013 pode ser considerado um ano de “regularização de pendências”.

 

— A redução da inadimplência, no entanto, ocorre em ritmo bem mais lento que o crescimento. De 2010 a 2012, o aumento era quase ininterrupto — pondera Rabi.

 

Segundo ele, no final de 2009, tiveram início os estímulos à concessão de crédito, como a redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e para eletrodomésticos da chamada linha branca. Os bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, reduziram a taxa básica de juros, a Selic, e os consumidores, empolgados com os incentivos fiscais, assumiram compromissos que não podiam pagar.

 

— Uma pesquisa feita na época mostrou que 45% das pessoas que pegaram crédito pra comprar veículo não tinham condições de ­quitá-lo — assinala.

 

Rabi acrescenta que a maioria dos consumidores registrados no órgão está em dívida com, em média, quatro ­credores, ou seja, realmente com dificuldade de pagar as dívidas.

 

O economista da Serasa aponta que os principais motivos para a queda do número de consumidores inadimplentes são: bancos mais rigorosos na concessão de crédito, cautela dos consumidores que estão priorizando pagamento das dívidas, expansão das renegociações de dívidas, o desemprego mais baixo, a evolução da renda e o menor ritmo de crescimento do endividamento desde 2012.

 

Já pelo indicador mensal do SPC, divulgado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o volume de consumidores inadimplentes no país caiu 3,22% no mês de novembro, em relação ao ­mesmo período do ano passado. O índice leva em consideração mais de 150 milhões de consumidores cadastrados em 1,2 milhão de pontos de vendas espalhados por todo o Brasil.

 

Os economistas do SPC explicam que a inadimplência registrada no órgão também vinha em forte ascensão e começou a cair a partir de abril deste ano, quando o Banco Central passou a aumentar sucessivamente a Selic, o que encareceu a tomada de crédito no país. “Com os juros mais altos, os bancos se tornaram mais criteriosos para conceder empréstimos”, explica Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL.

 

Economistas da Serasa recomendam cautela, planejamento e disciplina com as compras de Natal para não começar o ano superendividado. A orientação é ter uma lista dos presentes que devem ser comprados e os valores máximos que podem ser pagos. A lista ajuda a não se empolgar e perder o controle.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)