Inclusão digital depende de esforço coletivo

Da Redação | 23/08/2011, 00h00

Para mudar a realidade de isolamento dos excluídos digitais, é preciso mudar a lógica de investir somente onde há retorno garantido para as empresas. Foi o que disse Percival Henriques, presidente da Associação Nacional para Inclusão Digital (Anid), durante audiência pública que discutiu a Inclusão Digital como Fator de Desenvolvimento Regional, realizada em junho passado.


Segundo Percival, os governos, as operadoras e a sociedade têm de participar de um esforço coletivo. Pequenas empresas devem ter facilidades de financiamento para ofertar acesso à internet a localidades menores e mais distantes.

O processo da privatização, segundo disse, tinha a inovação como ideia primeira. Para ele, porém, mas se não houver foco na socialização do conhecimento, de nada adiantará a inovação. A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), autora do requerimento de realização da reunião, defendeu as privatizações, que, segundo disse, foram responsáveis pela democratização e inclusão a um serviço que não era acessível à população de baixa renda.

Por sua vez, a secretária de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações, Lygia Pupatto, explicou que o órgão busca fazer a articulação das políticas de inclusão digital de todo o governo e aumentar o acesso, com qualidade e velocidade e em todos os lugares do país, mesmo os mais longínquos, para superar os números de 2009, quando se aferiu que somente 30% da população brasileira têm acesso à internet.

- É um desafio criar uma cultura digital no país, que a sociedade tenha acesso a ela e entenda os benefícios que isso pode trazer - disse.

Um dos responsáveis pela condução do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) é a Telebrás, que foi representada na audiência pública pelo gerente de Pesquisa e Desenvolvimento, Paulo Eduardo Kapp. O PNBL deve massificar, até 2014, a oferta de acessos banda larga e promover o crescimento da capacidade da infraestrutura de telecomunicações do país.

- A banda larga traz vantagens econômicas, sociais, administrativas e de serviços - explicou.

Com o plano, será possível fomentar o desenvolvimento, gerar emprego e renda, principalmente no interior e na periferia dos grandes centros e aprimorar a máquina governamental, com geração de conteúdo para a rede administrativa, e para educação, saúde e segurança pública, prometeu Kapp.

O painel "Inclusão Digital como Fator de Desenvolvimento Regional" foi o segundo realizado no Ciclo de Debates da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) destinado a examinar os entraves existentes ao desenvolvimento regional no Brasil, tais como logística, inclusão digital e guerra fiscal.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)