Simone lamenta fogo no Pantanal e elogia Forças Armadas por proteção a biomas

Da Redação | 22/09/2020, 12h59

Durante a sabatina de três oficiais indicados ao Superior Tribunal Militar (STM) nesta terça-feira (22), a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senadora Simone Tebet (MDB-MS), aproveitou para elogiar o papel das Forças Armadas na defesa dos biomas brasileiros, notadamente Amazônia e Pantanal — que sofre os efeitos de um incêndio devastador. 

Segundo ela, diante da tragédia, todos os brasileiros viraram homens e mulheres pantaneiros. A parlamentar, que é sul-matogrossense, disse que nunca viu uma seca como essa de 2020 e uma destruição tão grande da fauna e da flora locais.

— Eu vivo no meu estado há 50 anos e nunca vimos uma seca como essa, nunca vimos uma devastação que já atingiu mais de 20% do nosso bioma. O que nós presenciamos é muito mais do que uma comoção, veio também junto com isso uma indignação pois, há tanto tempo com uma tragédia anunciada, nós não tínhamos e não conseguimos fazer ações preventivas [...]  O Pantanal só não sangrou mais, porque nós tivemos a participação decisiva das Forças Armadas —avaliou. 

A senadora disse ainda esperar que o incêndio não tenha sido em vão. Para ela, ambientalistas e o setor do agronegócio podem ter interesses diferentes mas não necessariamente antagônicos. 

— Temos que ter uma união de esforços, sentar, ter capacidade de dialogar com os diferentes, sentar à mesa, mostrar exatamente cada lado. Eu tenho esperança de que esse incêndio no Pantanal não foi em vão, tem que ter servido para alguma coisa, diante dessa catástrofe, dessa tragédia — afirmou. 

Hipocrisia

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) reclamou da hipocrisia com que questões ambientais vêm sendo tratadas no Brasil. Para ele, a hipocrisia fica mais clara quando dizem que o que ocorre na Califórnia é incêndio e o que acontece aqui é queimada.

Apesar de reconhecer a gravidade da situação no Pantanal, o parlamentar disse que o Brasil ainda é o país que mais preserva seu meio ambiente e não pode ser considerado um vilão perante a comunidade internacional. 

— O Fundo Amazônia tem dinheiro, mas tem dinheiro para dar para as ONGs que se encaixam como uma luva no que eles exigem. Uma só ONG do Amazonas recebeu R$ 54 milhões num ano, enquanto o governo todo recebeu R$ 37 milhões. Enquanto esse pessoal não entender, ou fingir que não entende, que não existe proteção do meio ambiente sem a questão social, não se pode exigir do nossos conterrâneos que não têm dinheiro nem para comprar óleo, açúcar e sal. Vai preservar o quê e como? E nós sabemos preservar. Se a Amazônia fosse na Europa, estaria dizimada — destacou. 

Imprensa

Já o senador Marcos do Val (Podemos-ES) fez críticas a parte da imprensa que , segundo ele, não se cansa de publicar mentiras sobre a Amazônia. 

— Seria cruel e injusto dizer que as Forças Armadas não estão fazendo um trabalho hercúleo, como sempre fizeram, passando a imagem de que estão de braços cruzados, permitindo tudo isso acontecer. Agora é claro, é muito cristalino que há parte da imprensa tentando, de tudo quanto é jeito, achar uma forma de derrubar o presidente da República. Só que essa imprensa, quando faz isso a qualquer preço, consequentemente desestabiliza todo o país, desestabiliza a economia — reclamou. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)