Depoimento de Moro à PF também o compromete, afirma Humberto Costa

Da Redação | 06/05/2020, 17h27

Em pronunciamento nesta quarta-feira (6), o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que ficou explícita a conivência do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, juntamente com outros ministros do governo, com os crimes praticados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. De acordo com o senador, essa cumplicidade ficou comprovada na terça-feira (5), após a divulgação do depoimento do ex-ministro à Polícia Federal, no qual reafirmou as denúncias feitas ao presidente de tentar interferir politicamente na autonomia da PF para ter controle pessoal sobre investigações.

— Sergio Moro confirmou suas denúncias e reafirmou o que havia dito em entrevista coletiva. Ao mesmo tempo, se autoincriminou, na condição de cúmplice, juntamente com outros ministros, que teriam tido conhecimento dessas tentativas do presidente da República e não cumpriram com as responsabilidades que lhes determina a Constituição, de denunciar essas investidas não republicanas de atuar sobre um órgão de Estado. Aliás, Bolsonaro está bastante enredado com a Justiça de nosso país — ressaltou.

Bolsonaro

Humberto Costa salientou, ainda, que existem outros processos que tramitam na Justiça e que estão gerando "incômodos" para o presidente da República. Um deles é o que o obriga a divulgar o resultado do exame a que foi submetido para detectar o coronavírus, e que ele esconde a “sete chaves”, com receio de ser responsabilizado pela possível contaminação de centenas de pessoas com as quais ele tem interagido nesse período. Pois poderia, eventualmente, estar contaminado pelo covid-19.

— Outro processo que atinge diretamente o presidente e pessoas de sua proximidade política e pessoal é o inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal [STF] para investigar a divulgação de notícias falsas e ameaças contra integrantes daquela Corte. Além da comissão parlamentar de inquérito que investiga notícias falsas disseminadas pela internet [a CPI das fake news], em funcionamento no Congresso Nacional, também teria identificado pessoas diretamente envolvidas em práticas de divulgação de notícias mentirosas e na propagação de mensagens de ódio — afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)