Regina Sousa lamenta aumento da desigualdade social e critica reajuste do Judiciário

Da Redação e Da Rádio Senado | 28/11/2018, 17h36

A senadora Regina Sousa (PT-PI) lamentou nesta quarta-feira (28) em Plenário o aumento da desigualdade social no Brasil. Ela também informou que, no próximo dia 10, quando se comemora os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) fará uma audiência pública para discutir o tema. Para Regina Sousa, a defesa dos direitos humanos e o combate à desigualdade social estão relacionados.

Regina Sousa afirmou que Brasil precisa colocar o assunto em debate, especialmente após a divulgação do relatório da ONG Oxfam, segundo o qual após 15 anos a desigualdade social voltou a crescer no país.

De acordo com o documento, disse a senadora, o Brasil caiu 19 posições no ranking da desigualdade, ficando à frente de apenas dois países na América Latina. Regina Sousa lembrou que os seis brasileiros mais ricos têm patrimônio igual à soma da renda dos 50% mais pobres.

— O relatório diz que se eles gastassem R$ 1 milhão por dia, levariam 36 anos para esgotar o seu patrimônio. 5% dos mais ricos detêm a mesma riqueza de 95% da população. Esse dado é estarrecedor, porque subiu demais. Cada um ganha em um dia o que um assalariado do salário mínimo levaria 19 anos para ganhar. Esse é um dado que precisa mexer na consciência do brasileiro — declarou a senadora.

Aumento do Judiciário

Ela também criticou o presidente da República, Michel Temer, por sancionar o reajuste dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Para Regina Sousa, Temer perdeu a oportunidade da sua vida, ao não vetar o aumento dos salários, que representam o teto salarial do funcionalismo.

Segundo ela, se vetasse o aumento, Temer seria bem visto pela população e livraria os governadores do "efeito cascata", por causa das vinculações de vencimentos entre agentes públicos.

— Lamento que ele não tenha aproveitado essa oportunidade. Teria ajudado, inclusive os governadores e os municípios, capitais geralmente, onde os vereadores têm salários vinculados. Então isso vai desequilibrar mais ainda o orçamento dos estados, que já estão caindo pelas tabelas — afirmou Regina Sousa.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)