Risco de haver outro acidente como o de Goiânia é mínimo, diz diretor da Comissão Nacional de Energia Nuclear

Da Redação | 25/09/2012, 00h00

 

O diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Ivan Salati, acredita que a possibilidade de ocorrer outro incidente como o de Goiânia é pequena. Segundo ele, o processo de controle de fontes radioativas evoluiu bastante desde o acidente com o césio 137.

O Sistema de Controle de Importações e Exportações da Receita Federal (Siscomex), por exemplo, exige autorização da Cnen para liberação de equipamento de radioterapia. E a comissão mantém cadastro com o registro de todas as instalações com fontes de radiação no país.

Outra medida foi a criação de serviço 24 horas para casos de emergência, o que inclui o treinamento de profissionais de defesa civil,vigilância sanitária e segurança pública sobre o manuseio de fontes ­radioativas.
Além disso, Salati explica que o césio 137 não é mais utilizado em aparelhos de radioterapia.

— Hoje usa-se o cobalto, uma pastilha sólida que reduz o risco de desastre radioativo, pois não se espalha facilmente pelo ambiente como o pó do césio.

Rejeitos

Após a descoberta do acidente com o material radioativo em Goiânia, a comissão monitorou a radiação em pessoas, lugares e objetos e, em seguida, coordenou os esforços da administração pública para atender os acidentados e recuperar as áreas atingidas.

As 6 mil toneladas de rejeitos radioativos resultantes do acidente foram ­armazenadas no Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO), construído especialmente para isso, em Abadia de Goiás (GO), município próximo a Goiânia. O centro conta com dois depósitos de rejeitos, além de equipamentos, laboratórios e profissionais qualificados para monitorar a radiação em torno dos depósitos e também na capital goiana.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)