Aborto traz conseqüências graves

Da Redação | 19/11/2007, 00h00

 

 

Ao contrário da mulher adulta, que percebe a gravidez logo, a adolescente demora a identificá-la. A tendência é negar os sintomas e achar que com ela nunca vai acontecer. Quando percebe, muitas vezes já não há tempo para a contracepção de emergência (pílula do dia seguinte) e ela decide abortar.

Como o aborto além de crime é um tabu, ela pode deixar de consultar um médico, por medo do julgamento moral ou que ele conte para os pais, e procurar métodos e clínicas clandestinos, influenciada e ajudada pelas amigas ou pelo namorado.

Quanto menor o poder aquisitivo, maior a dificuldade para conseguir abortar e mais graves as conseqüências. Em geral, ela só procura o hospital quando já fez o aborto e não é raro estar há dias com hemorragia ou uma infecção que pode levar à esterilidade e até à morte. Cerca de 30% das mortes por complicações de aborto na cidade de São Paulo são de garotas entre 15 e 19 anos.

Do ponto de vista psicológico, as conseqüências do aborto também são mais graves em adolescentes, já que elas não têm a estrutura psicológica de uma mulher adulta. A culpa, o medo e o sofrimento são intensos e podem ter conseqüências graves.

Se, depois do aborto, os pais cobram, vigiam e punem, a adolescente pode se sentir ainda mais desvalorizada, perdida e vulnerável, voltando a engravidar. Estudos indicam que 40% das adolescentes engravidam depois de três anos da primeira gestação.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)