A maior incidência de trabalhadores em regime de escravidão está nos estados do Pará, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. Mas há casos também em Minas Gerais, Paraíba, Bahia, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), há entre 25 mil a 40 mil trabalhadores nessa situação, envolvidos em atividades como agricultura, pecuária e desmatamento. A exploração atinge a população mais vulnerável, composta por analfabetos ou com pouquíssima instrução, pobres e desempregados. Dois em cada três dos arregimentados vêm do Nordeste. Apesar de ocorrer principalmente no meio rural, já foi comprovada a existência de trabalho escravo também no meio urbano.

A modalidade de escravidão mais comum no Brasil é a servidão ou "peonagem" por dívida. Os trabalhadores são atraídos por agenciadores, conhecidos como "gatos", com falsas promessas de salários e outros benefícios para trabalharem em regiões distantes de onde moram. Isolados, são submetidos a longas jornadas de trabalho em condições precárias. Os trabalhadores são obrigados ainda a comprar as ferramentas de trabalho e a pagar pela alimentação. Com isso, assumem dívidas impossíveis de serem pagas. Vigiados por homens armados e constantemente ameaçados, ficam impedidos de sair.

Levantamento da OIT detectou que há no país 159 municípios exportadores de mão-de-obra, localizados em cinco estados. O estado campeão em gerar trabalhadores para serem explorados é o Maranhão, com 43 cidades. Em seguida vêm Piauí (40), Pará (32), Mato Grosso (25) e Tocantins (19).

 

 


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