Remoções de moradores são motivo de preocupação

Da Redação | 10/11/2015, 10h05

 

Romário (3º à esq.) visita as obras do Parque Olímpico com o prefeito Paes (D). Foto: Nanna Pôssa/ABrO dia 2 de outubro de 2009 entrou para a história do esporte brasileiro. Isso porque nesse dia, em Copenhague, na Dinamarca, o Rio de Janeiro era escolhido para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Desde então, a cidade e o país passaram a correr contra o tempo, acumulando a realização do megaevento do COI com a Copa do Mundo, no ano passado. Romário acredita que, ao final, os Jogos de 2016 também trarão ganhos para a população da capital fluminense.

 

— É claro que vai continuar faltando muita coisa, mas de qualquer forma a realização dos Jogos acelerou algumas obras que vão ficar para a população — disse Romário em entrevista à Agência Senado.

 

A duplicação do Elevado do Joá, o viário da Barra, a ligação do BRT Transoeste à linha 4 do metrô e a construção da Transolímpica são algumas das obras que prometem melhorar o complicado trânsito da cidade.

 

Na quarta-feira da semana passada, o senador esteve com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, com quem tratou sobre as famílias removidas por conta das obras.

 

Segundo dados do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas, mais de 7 mil famílias, perfazendo um total de cerca de 32 mil pessoas, terão sido removidas até o ano que vem.

 

— Isso me preocupa, as ONGs reclamam muito e acho que elas cumprem seu papel. Esse é um ponto negativo que aconteceu por causa da Copa e se repete de novo. Mas o prefeito me garante que as famílias têm sido removidas para lugares dignos — diz o senador, que afirma conversar sobre o assunto com as organizações do terceiro setor.

 

Para Lindbergh Farias (PTRJ), os jogos e as obras de infraestrutura centralizaram- -se muito na região da Barra da Tijuca.

 

— Tudo hoje é feito para a Barra, a região mais rica onde existe um interesse enorme de especulação imobiliária. A maior parte da população, que está na região metropolitana, vai se beneficiar pouco — afirma o senador, fazendo coro a urbanistas e movimentos sociais que defendiam uma Olimpíada descentralizada.

 

Lindbergh liga essa concepção de organização com a política de remoções de populações menos favorecidas socioeconomicamente.

 

— É quase um “higienismo” o que acontece em alguns lugares. No meu entender, tem faltado principalmente um diálogo respeitoso com essas populações.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)