Alternativa saudável para complementar o percurso

Da Redação | 17/04/2012, 00h00

A bicicleta se apresenta como alternativa não poluente e ainda traz o benefício à saúde decorrente da prática de atividade física. Porém, só é viável como transporte para percursos curtos ou médios, de até 10 quilômetros, e a topografia (subidas íngremes) e o clima (chuva, frio ou calor intensos) podem ser obstáculos. O ideal é que ela seja usada de forma complementar, integrada a ônibus e metrôs, por exemplo. Vários metrôs do país, como em São Paulo e no Distrito Federal, já aceitam o transporte de bicicletas, segundo regras específicas.

Essas iniciativas, no entanto, não permitem afirmar que a bicicleta tem vez na grande maioria das cidades brasileiras, onde não há sistemas de transporte público eficientes nem integrados e onde os perigos para ciclistas, que têm que dividir as ruas ocupadas com os veículos motorizados, inibem a massificação de seu uso. Para Eduardo Suplicy (PT-SP), entusiasta do transporte por bicicleta, as prefeituras, com o apoio das outras esferas de governo e do próprio Legislativo, devem incentivar o uso da bicicleta nas cidades e até no meio rural. O senador cita como bom exemplo grandes cidades na Europa e nos Estados Unidos que adotaram sistemas de empréstimo de bicicletas públicas.

&#8212 O governo municipal e a iniciativa privada fizeram com que as bicicletas estivessem ao dispor da população em locais-chave. O cidadão pode, a preços módicos, usar a bicicleta pelo tempo necessário &#8212 explica.

O Rio de Janeiro tem sistema semelhante desde 2008, com interrupção entre julho e outubro de 2011. São Paulo deve adotar este ano.

Adaptação urbana

Suplicy também ressalta a necessidade de espaços para ciclovias e estacionamentos de bicicletas. Para isso, as prefeituras podem contar agora com o apoio da Lei 12.587, sancionada em janeiro, que estabelece diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU). Os modos de transporte não motorizados ganham prioridade sobre os motorizados, e o transporte público ganha prioridade sobre o transporte individual motorizado. Além disso, a PNMU estimula a redução dos custos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de pessoas e bens. Com força de lei, essas diretrizes dão segurança jurídica para que os municípios tomem medidas para priorizar o transporte em meios não motorizados e coletivos. Por outro lado, a lei permite que sejam contestados judicialmente ações e investimentos das prefeituras que contrariem esses princípios.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)