Senadores repercutem em plenário delações da Odebrecht — Rádio Senado

Senadores repercutem em plenário delações da Odebrecht

17/04/2017, 22h26 - ATUALIZADO EM 17/04/2017, 22h26
Duração de áudio: 04:40
Plenário do Senado durante sessão deliberativa extraordinária que decidirá pela aprovação ou rejeição do relatório favorável à admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Em discurso, senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Marcos Oliveira

Transcrição
LOC: A LISTA DE POLÍTICOS CITADOS NA DELAÇÃO DA ODEBRECHT REPERCUTIU NO PLENÁRIO DO SENADO. LOC: ENTRE AS MEDIDAS QUE PODEM SER TOMADAS PELO CONGRESSO FORAM MENCIONADOS O FIM DO FORO PRIVILEGIADO E A REFORMA POLÍTICA. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. (REP) A lista do relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, tem noventa e oito nomes, entre ministros, parlamentares, governadores e um ministro do Tribunal de Contas da União. Em plenário, o senador José Medeiros, do PSD de Mato Grosso, afirmou que os políticos são um reflexo dos valores que predominam na sociedade e pediu cuidado com as generalizações. (Medeiros – 12”) “Aqui é a essência do que existe na sociedade e só vem para cá o que a sociedade manda. Então, não é Moro que vai nos salvar, não é Lava Jato, não é nada; é a população com o seu voto.” (REP) Já o senador João Capiberibe, do PSB do Amapá, disse que o Congresso Nacional é o único capaz de acabar com a corrupção, através de uma reforma política. (Capiberibe – 18”) “Só tem uma saída: acenarmos para uma agenda que faça a mudança no sistema político, para acabar com esse sistema do "é dando que se recebe", com o sistema de propina e o de caixa dois, que prevalecem até hoje, reduzindo os custos da campanha – mas reduzindo drasticamente. É essa a única maneira, como fazem em outros países.?” (REP) Além da reforma política, o senador Reguffe, do Distrito Federal, defendeu o fim do foro privilegiado como uma das contribuições do Senado. (Reguffe – 17”) “Não existe foro privilegiado para Parlamentares nos Estados Unidos, na Itália, na Alemanha, na França... O foro privilegiado, como existe no Brasil, hoje é tão somente fermento e instrumento da impunidade que a gente tem neste País.” (REP) O autor da proposta, senador Álvaro Dias, do PV do Paraná, disse que o fim do foro seria o marco de um novo rumo para o país. (Álvaro – 21”) “Mesmo aqueles que estejam sendo delatados injustamente – se existe esse caso – merecem um julgamento célere, rápido. E é óbvio que não há como ocorrer um julgamento célere se o Supremo Tribunal Federal tem 11 ministros e não pode se constituir em uma corte criminal única exclusivamente. É óbvio que não haverá julgamento.” (REP) Para a senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, é fundamental que os demais poderes também sejam alvo das investigações. (Gleisi – 19”) “Como disse a Juíza Eliana Calmon, ex-Ministra e Corregedora do CNJ, essa delação não vale se não entrar o Judiciário. Está falando quem conhece. Então, nós vamos ter uma limpeza pela metade? É isso o que estamos colocando para o Brasil? Quem vai assumir o poder é o Judiciário e o Ministério Público?” (REP) O senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, lamentou que o caixa dois tenha se transformado em um procedimento aceitável para a maioria dos políticos. (Requião – 15”) “O Parlamentar não pertence mais ao PT, ao PMDB, ao PSDB, ao DEM, ao PR. Ele passa a ser um instrumento de defesa das opiniões e interesses de quem financia a sua campanha.” (REP) O senador Cristovam Buarque, do PPS do Distrito Federal, defendeu que para que os avanços sejam reais a reforma política precisa ser radical. (Cristovam – 24”) “Essa reforma tem que acabar é com o Parlamentar ser ministro, termina fazendo com que o Presidente da República, o Governador e o Prefeito interfiram no processo legislativo, ao nomear Parlamentar. Vamos radicalizar na reforma. Vamos permitir o candidato avulso, que não se identifica com nenhum partido. Seja candidato com as suas posições. Vamos radicalizar, e não regredir.” (REP) O senador Telmário Mota, do PTB de Roraima, também defende que a mudança parta dos próprios parlamentares. (Telmário – 14”) “Ou este Congresso dá um cavalo de pau e corrige o que tem que corrigir, ou este Congresso vai sofrer uma grande manifestação popular. Eu tenho muito medo de, pelo que estou vendo na população, a população perder a credibilidade institucional e nós cairmos aí num País anarquista.” (REP) O senador Cidinho Santos, do PR de Mato Grosso, pediu cautela para que ninguém seja acusado por antecipação. (Cidinho – 16”) “Nós temos que separar o joio do trigo, porque, senão, daqui a pouco, vai estar todo mundo na mesma vala comum. Ninguém vai prestar, a população, cada vez mais, vai ficar desanimada com a política, e as pessoas de bem também não vão querer participar da política, porque é uma atividade de alto risco.” (REP) O senador Ataídes Oliveira, do PSDB de Tocantins, disse que quer ouvir as instituições financeiras na Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle sobre a forma de circulação dos recursos investigados pela Lava Jato. (Ataídes – 13”) “Esse rio de dinheiro, essa avalanche de dinheiro que rodou na mão do corrupto, do corruptor e do corrompido, essa dinheiro passou pelas instituições financeiras no Brasil; passou pelos bancos.” (REP) A proposta que acaba com o foro privilegiado deve ser votada na próxima quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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