Morre J. Borges, mestre da xilogravura — Rádio Senado
Arte popular

Morre J. Borges, mestre da xilogravura

Considerado um dos maiores nomes da arte popular brasileira, J. Borges morreu nesta sexta-feira (26), aos 88 anos, em Bezerros (PE), sua cidade-natal. Xilogravurista, poeta e cordelista, ele registrou em seus versos e ilustrações o cotidiano, o folclore e as lendas de sua gente. Amigo de Ariano Suassuna, a quem considerava seu padrinho artístico, Borges participou de exposições e deu aulas em países da Europa e nos Estados Unidos.

26/07/2024, 16h00 - ATUALIZADO EM 26/07/2024, 16h00
Duração de áudio: 02:28
Foto: Costa Neto/Secult-PE

Transcrição
MORREU NESTA SEXTA-FEIRA, EM PERNAMBUCO, O XILOGRAVURISTA, POETA E CORDELISTA JOTA BORGES, UM DOS MAIORES NOMES DA ARTE POPULAR BRASILEIRA. ELE TINHA 88 ANOS, E COM SUA OBRA REGISTROU O COTIDIANO, O FOLCLORE E AS LENDAS DO POVO NORDESTINO. REPÓRTER CELSO CAVALCANTI: (Bg "Revoada" - Quinteto Armorial) Rei da xilogravura, Patrimônio Vivo Imaterial de Pernambuco. Títulos que J. Borges recebeu em vida, e que resumem a importância de sua obra para a cultura nordestina e brasileira. Nascido em 1935 na pequena Bezerros, agreste do estado, José Francisco Borges freqüentou a escola por apenas um ano. Antes dos 10 começou a trabalhar. Foi carpinteiro, pedreiro, ceramista; mas sua paixão era mesmo a literatura de cordel. Registrou em versos de rima simples e cheios de irreverência, e principalmente com sua xilogravura, entalhados em madeira, o cotidiano, as lendas e o folclore de sua gente. Em mais de seis décadas de trabalho, ganhou reconhecimento mundial, ilustrando livros de nomes como José Saramago e Eduardo Galeano. Também foi grande amigo de Ariano Suassuna, a quem considerava seu padrinho artístico. Participou de exposições e deu aulas em países da Europa e nos Estados Unidos, e recebeu premiações como a Ordem do Nacional do Mérito e o prêmio de Ação Educativa e Cultural da Unesco. Ao lamentar a morte do artista, o presidente Lula lembrou que no ano passado, em visita ao Vaticano, levou de presente para o papa Francisco um trabalho de J. Borges: o quadro “Jesus, Maria e José. A Sagrada Família”. A senadora Teresa Leitão, do PT de Pernambuco, exaltou o legado de J. Borges: (sen. Teresa Leitão) “A arte pernambucana, nordestina, nacional, internacional, perde hoje um dos seus ícones.... Ninguém melhor do que o traço firme, certeiro e nordestino de J. Borges para mostrar emblematicamente as coisas do coração e as coisas do sertão e as coisas do nordeste”.   (Bg "Revoada" - Quinteto Armorial) Ainda neste mês de julho, J. Borges chegou a ser internado devido a problemas no pulmão e no coração. Ele faleceu em sua casa, na cidade de Bezerros, sua terra natal, ao lado da família.

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