Simone Tebet critica ‘minirreforma trabalhista’ embutida na MP do Contrato Verde e Amarelo

Da Redação | 19/02/2020, 16h29

Em pronunciamento nesta quarta-feira (19) em Plenário, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) se manifestou contra as alterações na legislação trabalhista implementadas por meio da medida provisória 905/2019, que criou o Contrato Verde e Amarelo. Para a senadora, sob pretexto de gerar empregos para jovens de 18 a 29 anos, o governo Bolsonaro inseriu "jabutis" que prejudicam a classe trabalhadora.

— Parece com aquele ditado que diz que tudo que é bom dura pouco ou que, quando a esmola é demais, o santo desconfia. Quando essa medida provisória poderia ser uma marca do presidente Bolsonaro, que poderia mostrar que este é um governo que tem sensibilidade, que olha tanto para o rico quanto para o pobre, que realmente atende, busca as políticas públicas especialmente beneficiando os menos favorecidos, vem nela toda sorte de 'jabutis', entre elas o de que um terço dela, para não dizer metade dela, tenta implantar, de forma sorrateira, uma nova minirreforma trabalhista, e isso nós não podemos aceitar — afirmou a senadora.

Ela disse ter votado a favor das reformas previdenciária e da trabalhista, que "já exigiram muito dos trabalhadores". O momento agora, ressaltou, é de contrapartida, ou seja, de uma reforma tributária. 

— Agora é a hora de cortar do outro lado. Agora é a hora de fazer com que todos deem a sua parcela de contribuição, não apenas o trabalhador, não apenas o menos favorecido. É hora de nos debruçarmos sobre uma reforma tributária que realmente busque a justiça tributária, que realmente cobre mais impostos de quem pode mais, menos impostos de quem pode menos, e não de uma MP, como a 905 — e vou votar favoravelmente àquilo que for bom —, enxertar, de forma sorrateira, repito, uma reforma trabalhista que retira direitos dos trabalhadores sem uma discussão saudável — disse Simone Tebet. 

TST

Simone Tebet também parabenizou a ministra Cristina Peduzzi, que tomará posse hoje na presidência do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Ela ressaltou que a magistrada será a primeira mulher a assumir a comando da corte.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)