Cidade paranaense de Guaíra será compensada pela construção de Itaipu

Da Redação | 20/03/2019, 18h04

O Plenário do Senado Federal aprovou em votação simbólica nesta quarta-feira (20) o projeto de lei que destina ao município de Guaíra, no Paraná, 8% do total dos royalties que a Usina de Itaipu repassa aos entes federados diretamente afetados pela sua construção. O PLC 94/2015 segue para sanção presidencial.

A compensação é paga a estados e municípios brasileiros afetados diretamente pela construção do reservatório da usina hidrelétrica, administrada pelo Brasil e pelo Paraguai. Atualmente o repasse é proporcional à extensão de áreas submersas pelo lago e a quantidade de energia gerada mensalmente.

Mas o critério atual desconsidera que nem todas as áreas inundadas têm o mesmo potencial para geração de desenvolvimento econômico nos municípios, conforme ressaltou o senador Flávio Arns (Rede-PR) ao comemorar a aprovação. Hoje em dia, a cidade de Guaíra recebe 1,85% do montante destinado aos municípios.

Guaíra, de acordo com o autor da proposta, o então deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), foi a cidade mais afetada pelo projeto de Itaipu. Embora não tenha sido alagada uma grande área, a cidade foi prejudicada devido à perda do lendário Salto de Sete Quedas, um dos pontos turísticos mais conhecidos do país na época e responsável por parte importante da receita municipal. Com a construção da Itaipu Binacional, Guaíra teve significativa queda de arrecadação e jamais obteve compensação compatível com os prejuízos ocorridos, argumenta o autor.

O projeto aprovado tem o objetivo de reparar essa injustiça, conforme disseram os senadores Flávio Arns e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que relatou a proposta na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

— É um ato de justiça com o município de Guaíra — afirmou Bezerra.

A construção do lago de Itaipu inundou o Salto de Sete Quedas em 1982. Localizada na fronteira com o Paraguai, às margens do Rio Paraná, a cidade recebeu US$ 80 milhões a título de compensação financeira entre 1985, data em que a hidrelétrica começou a operar, e maio de 2016. O valor, informado pela Itaipu, fica bem abaixo das perdas impostas ao município, de acordo com o autor do projeto. Outros 15 municípios afetados com o lago tiveram perdas apenas de áreas agricultáveis.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)