Gleisi Hoffmann critica Operação Lava Jato e se defende de acusação da PGR

Da Redação e Da Rádio Senado | 02/05/2018, 18h00

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) leu nesta quarta-feira (2) em Plenário trechos de editorial publicado no dia anterior pelo jornal O Estado de S. Paulo, com críticas à Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Gleisi acusou o jornal de parcialidade, por combater sistematicamente o Partido dos Trabalhadores e afirmou que até mesmo defensores da Lava Jato passaram a criticar as investigações, por ataques à classe política, ofendendo a honra e a reputação dos acusados.

A senadora também protestou contra nova denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) baseada nas delações de executivos da construtura Odebrecht em seu desfavor, do ex-presidente Lula e dos ex-ministros Antonio Palocci e Paulo Bernardo, seu marido. Segundo Gleisi, as acusações não têm prova e são baseadas no depoimento de delatores, que buscam benefícios em troca de escapar da prisão. Ao afirmar que a denúncia sem provas causa danos aceitos “em nome da batalha pela moralidade pública”, Gleisi Hoffmann questionou até que ponto esse tipo de ação beneficia o país.

— Inclusive, no caso do Marcelo Odebrecht, [este] acusa Lula sem ter estado com ele, sem ter conversado com ele. Apenas diz o que os investigadores queriam ouvir, sem qualquer elemento para sustentar as acusações — afirmou a senadora.

Um dos trechos da denúncia da PGR, disse Gleisi, a acusa de lavagem de dinheiro, afirmando que ela teria declarado falsamente despesas no valor de R$ 1,83 milhão na prestação de sua campanha de 2014 ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. De acordo com a senadora, trata-se de uma mentira, já que teria obedecido à Lei Eleitoral 9.504, de 1997, que permite o pagamento posterior de dívidas eleitorais pelo próprio partido político.

Trata-se de uma mentira grosseira e acaba por dizer muito dessa denúncia, [mostrando] sua fragilidade e inépcia. O publicitário da minha campanha foi contratado pelo valor global de R$ 3 milhões. Ocorre que dois terços não foram pagos durante a campanha. Eu fiquei devendo e, conforme autoriza a Lei Eleitoral 9.504, de 1997, o débito foi assumido pelo PT, pelo Partido dos Trabalhadores, Diretório Regional do Paraná. O próprio PT, mais tarde, quitou R$ 170 mil desta dívida, restando o débito de R$1,83 milhão, mencionado este valor pela PGR — declarou a senadora.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)