Especialistas alertam mulheres para a prevenção do câncer em audiência na CDH

Da Redação | 08/03/2018, 15h17

O câncer pode ser prevenido com alimentação correta e exercícios físicos, disseram os especialistas ouvidos em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) nesta quinta-feira (8). O debate, que tinha como tema o direito feminino à saúde e a iguais condições de trabalho, tratou também da diferença salarial entre trabalhadores por questões de gênero.

Uma das participantes da audiência, a supervisora da Residência Médica em Cancerologia e Oncologia Clínica no Hospital de Base do DF, Fabiane Kellem Cesário, afirmou que a incidência de câncer vem aumentando, especialmente o de intestino. Além da propensão genética, explicou, o cigarro e álcool aumentam o risco da doença. Quando detectado no início, no entanto, o câncer é curável.

— O número de casos de câncer no mundo está crescendo avassaladoramente. E nas mulheres também, de forma exponencial. Quando se pensa em mulher, a gente fala em câncer de mama e de útero, mas o segundo tumor mais prevalente na população feminina é o de colo e reto, não é o de útero. Então, precisamos ficar atentas aos sinais de alerta — destacou.

Para a médica ginecologista e obstetra Bruna Ottani, a prevenção é a forma mais barata e eficiente de evitar o câncer. A alimentação correta e a prática de exercícios físicos, ressaltou, reduzem até 50% a incidência da doença. A obesidade, por sua vez, aumenta em dez vezes o risco de desenvolver câncer.

— Falar sobre diagnóstico precoce, a gente está falando de tecnologia, a gente está falando de um custo muito aumentado. Mas se a gente falar de prevenção, é simples. Se você pratica uma caminhada de 30 minutos, três vezes por semana e no final de semana dá mais uma caminhadinha, você já reduz a sua incidência de câncer em todos os cânceres, mama, intestino, colo de útero, todos — recomendou.

Mercado de trabalho

Alertando para a desigualdade no mercado de trabalho, a pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho Marilane Teixeira disse que as mulheres, em média, recebem salário 30% menor do que os homens para mesma atividade. Mas ressaltou que a discriminação envolve outros elementos.

— É uma reação a uma condição de inserção das mulheres num outro espaço que é o espaço reprodutivo e dos afazeres domésticos e das responsabilidades familiares.

O senador Paulo Paim (PT-RS), vice-presidente da CDH, defendeu a aprovação do projeto de lei que multa empresas que pagam menos às mulheres que exercem a mesma função dos homens.

— A Câmara já aprovou o projeto e aprovou por unanimidade. Agora é a hora do Senado também responder. Porque não adianta só fazer sessão de homenagem e não aprovar. Eu diria que esse projeto é um dos principais — disse.

A proposta (PLC 130/2011) aguarda a votação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde o senador Paim é o relator.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)