Prefeitos cobram ajuda financeira e aumento de repasses para manutenção de programas
Da Redação | 22/11/2017, 12h00
Os repasses destinados pelo governo federal para mais de 300 programas geridos pelas prefeituras são insuficientes para cobrir as despesas reais. O resultado? Administrações municipais operando no vermelho e com dificuldade de fechar as contas. O alerta foi apresentado nesta quarta-feira (22) por prefeitos durante audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) convocada para debater a situação financeira dos municípios.
Os gestores municipais cobram do governo a liberação de apoio financeiro, por medida provisória, no valor de R$ 4,2 bilhões, além da aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 66/2015) que trata da atualização monetária dos recursos federais aos municípios. A proposta determina que as iniciativas federais de cooperação entre União e municípios, instituídas por legislação específica ou decorrentes de convênios, acordos, ajustes e similares, terão os valores de seus saldos atualizados ano a ano.
— As pessoas moram nos municípios. É lá que elas precisam dos recursos públicos. Como podem os gestores municipais oferecem serviços e a maior parte dos recursos ficar com o governo federal? Além de tudo tem o subfinanciamento dos programas. Não há a devida contrapartida. O governo federal repassa em média 30% a 33% do valor do programa para que os municípios executem. Isso sobrecarrega as prefeituras — criticou o presidente da Associação Mato-Grossense dos Municípios, Neurilan Fraga.
O presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN), Benes Leocádio, ressaltou que a situação dos pequenos municípios é ainda mais precária, já que dependem quase que exclusivamente dos repasses federais para se manterem:
— Grande parte dos municípios não tem base geradora de tributos próprios como têm os municípios de médio e grande porte. Os pequenos municípios estão em uma agonia tremenda — apontou.
De acordo com a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que pediu a audiência, 51% dos municípios brasileiros estão com as contas no vermelho em relação ao pagamento da folha com gastos de pessoal e já acumulam dívidas de R$ 515,4 milhões em restos a pagar. O problema, que já era grave, teria piorado após a Emenda Constitucional 95, que estabeleceu teto para os gastos públicos. Ela defendeu a aprovação de apoio financeiro, por medida provisória, no valor de R$ 4,2 bilhões:
— Os prefeitos e prefeitas não estão pedindo benefício pessoal, mas clamando benefícios para as populações que eles administram país afora. É pouco para os cofres do governo federal que tem dado benesses a grandes empresários e banqueiros, mas é muito para os municípios que estão sem saber como fechar dezembro — argumentou.
TV Senado
A presidente da CDR, Fátima Bezerra, também leu nota sobre o quadro de recuperação dos profissionais da TV Senado que foram vítimas de um acidente na BR-304, próximo a Angicos, na quinta-feira(16) e desejou breve recuperação para todos.
— Eles seguem em recuperação e darão continuidade ao tratamento de saúde em Brasília. Dois deles já estão na capital federal e um terceiro seguirá para a cidade após procedimento cirúrgico em Fortaleza, para onde foi transferido. O motorista da senadora Fátima Bezerra está em casa — relatou.
A equipe viajou ao Rio Grande do Norte para cobrir uma audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, que ocorreria na Assembleia Legislativa na última sexta (17). Eles aproveitaram a viagem para gravar parte de um documentário sobre a seca e pediram o apoio do gabinete da senadora para se deslocarem pelo estado.
A senadora Fátima Bezerra agradeceu o empenho dos profissionais dos hospitais de Angicos e Tarcísio Maia (Mossoró), do Samu e da Polícia Rodoviária Federal pela assistência prestada logo que ocorreu o acidente. Também saudou o empenho da Diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, e da diretora da Secretaria de Comunicação do Senado, Angela Brandão pelo apoio.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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