Alvaro Dias: prisão de Palocci aproxima Lava Jato dos empréstimos do BNDES

Da Redação e Da Rádio Senado | 27/09/2016, 16h29

O senador Alvaro Dias (PV-PR) afirmou nesta terça-feira (27) que o destaque dado ao fato de o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, ter adiantado, no final de semana, que haveria desdobramentos da Operação Lava Jato esta semana visa tirar o foco da importância da prisão do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Para o senador, o ministro da Justiça cometeu um equívoco ao falar da ação da Polícia Federal. Porém, em sua visão, esse equívoco é menor que os fatos que levaram à prisão de Palocci.

O senador afirmou que a nova fase da Operação Lava Jato permitiu ao povo conhecer uma planilha indicando que entre 2008 e 2013 foram pagos mais de R$ 128 milhões a partidos políticos e agentes públicos, incluindo Palocci, que seria um dos gerenciadores desse montante.

As investigações indicam, disse Alvaro Dias, que o período de pagamentos não é diferente da fase em que o governo petista atuou com alta ingerência sobre o BNDES. Por isso, ele avalia que é preciso relacionar essa prisão aos empréstimos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social entre 2008 e 2014, muitos dos quais ele avalia que sofreram desvios de finalidade.

— Essa nova fase da Lava Jato chega aos empréstimos nacionais e outras nações — afirmou.

Alvaro Dias contou que, nesse período, o BNDES teria recebido grande aporte de dinheiro do Tesouro Nacional, do FAT, do PIS/Pasep e do fundo de garantia, montante que, em 2014, chegava a R$ 716 bilhões. Esse dinheiro foi emprestado a empresas e países a juros bem inferiores aos pagos pelo Tesouro e quem está arcando com o custo dessa diferença foi o Tesouro, o trabalhador e o contribuinte, reclamou o senador paranaense.

— Com estrutura normativa aplainada, e caixa robusto, o BNDES se tornou uma poderosa instituição de financiamento, com alta ingerência do Executivo em sua política. Essa característica, somada ao crescente volume de empréstimo subsidiados e liberação dos mesmos, segundo critérios questionados, tornou o BNDES um atraente espaço onde instalar a corrupção.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)