Renan diz a Temer que manterá isenção até o fim do processo de impeachment

Da Redação | 27/04/2016, 19h25

O presidente do Senado, Renan Calheiros, qualificou de “institucional” a conversa que teve nesta quarta-feira (27) com o vice-presidente da República, Michel Temer. Renan assegurou que vai manter a isenção durante a análise do processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff.

— Eu falei para ele da isenção do presidente do Congresso Nacional. O presidente tem que demonstrar isenção, sobriedade, sem ter lados, senão você perde a interlocução. É preciso conservar essa posição. O vice-presidente sabe que tenho compromisso com o aumento da previsibilidade política e constitucional — disse.

Novas eleições

Renan Calheiros também declarou que não acredita em alterações constitucionais neste momento para viabilizar uma nova eleição direta para a Presidência da República.

— Qualquer cenário que signifique alterar a Constituição é muito difícil, estamos vivendo um momento de crise, de conturbação política, econômica, mudar a Constituição neste momento, ter três quintos dos votos na Câmara e no Senado é meio difícil — avaliou.

Cargos

Renan Calheiros disse também que alertou Temer para o fato de que é preciso superar a pauta da distribuição de cargos na administração federal.

— Ele concorda com a necessidade de superarmos essa pauta de ocupação de cargos, isso é uma coisa que está sendo contrariada pela sociedade brasileira. (...) Por isso é fundamental discutir cenários. A necessidade de fazer mudanças reformas institucionais, essa questão do Banco Central, se vamos ter um Banco Central independente ou não. Se vamos fazer a reforma política, a reforma fiscal, quais mudanças virão ou não virão. Isso é que tem que dominar o noticiário do dia a dia.

Renan Calheiros afirmou ainda que não participará da escolha de integrantes do possível novo governo, como forma de manter a isenção do cargo que ocupa.

— Eu vou ter, como presidente do Senado, a mesma relação com o novo governo, se for o caso, que tive com a presidente Dilma. Eu entendo que é incompatível participar da formação de governo sendo presidente do Senado.

Reforma Política

O presidente do Senado comentou ainda que há uma convergência entre os partidos para a reforma política.

— Eu acho que essa é a melhor resposta que todos podemos dar para essa dramática circunstância nacional — declarou.

Revisão da Meta

Ele afirmou ainda que o Congresso deverá se reunir em breve para votar a revisão da meta fiscal de 2016.

— O vice-presidente sabe que o Congresso Nacional, a Câmara e o Senado não faltarão com o Brasil. Tão logo haja necessidade de convocarmos o Congresso, para votar a alteração da meta, nós o faremos.

Ao encerrar a entrevista, Renan Calheiros também antecipou que, neste primeiro momento, não deve votar no processo de afastamento da presidente Dilma.

— A isenção que o cargo requer não me permite ter lado. Ao final cada senador será transformado num julgador.

Da Assessoria de Imprensa da Presidência do Senado

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)