Empresas terceirizadas também tiveram participação em tragédia de Mariana, dizem sindicalistas

Da Redação | 15/12/2015, 14h41

Empresas terceirizadas também tiveram responsabilidade na cadeia de acontecimentos que resultaram na tragédia de Mariana (MG) e na destruição do Rio Doce. Foi o disseram, nesta terça-feira (15), os convidados para debater, na Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa (CDH), o projeto que regulamenta a terceirização. Duas barragens com lama tóxica, com rejeitos de mineração da empresa Samarco, se romperam em Minas no início de novembro, deixando um enorme rastro de mortes e de destruição ambiental até litoral do Espírito Santo.

— O desastre de Mariana foi um crime ambiental, político, social e um crime contra o meio ambiente. Mais uma vez podemos ver que as empresas terceirizadas foram o centro de tudo o que aconteceu — declarou Paim, sem eximir a Samarco, que é controlada pela mineradora Vale e pela empresa australiana BHP.

O secretário da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Moacyr Roberto, também disse que as empresas terceirizadas contribuíram para que a tragédia ocorresse.

— Os trabalhadores que hoje estão lá e não tiveram participação nenhuma no acidente, além de perder seus empregos, perderam parte de suas histórias. E isso é algo lamentável — acrescentou.

Durante a reunião, os convidados se posicionaram contra o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015, que amplia as possibilidades de terceirização da mão de obra.

A secretária nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Graça Costa, relatou que a crise política pela qual o país passa afeta cada dia mais a classe trabalhadora.

De acordo com Graça, a questão da terceirização não é só uma linha que vai tirar direitos trabalhistas, como também as conquistas adquiridas ao longo do tempo.

— Nós não queremos essa terceirização, não queremos a diminuição dos nossos direitos e nem esse retrocesso, o que queremos é um trabalho decente — desabafou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)