Campanha educativa garante novos hábitos

Da Redação | 19/04/2016, 11h45

 

O consultor legislativo do Senado Luiz Beltrão, da área de meio ambiente, lembra que existem três tipos de políticas adotadas para mudar um hábito. A primeira delas é a política de comando e controle, por exemplo, leis que preveem multas e fiscalização, como as que terão origem a partir dos projetos do Senado. Um segundo tipo de política é a da medida econômica, como a cobrança das sacolas plásticas, o que impacta no bolso do consumidor, obrigando-o a repensar o uso das sacolas. O terceiro tipo são as políticas educativas: campanhas institucionais, mensagens e placas no mercado, propagandas na televisão e, acima de tudo, educação nas escolas.

 

— Se a gente não atingir as gerações mais novas, se nas escolas o tema não for tratado, outras medidas não vão adiantar. A reutilização e a reciclagem são o segundo, o terceiro passo. O primeiro passo é não gerar (o lixo poluente). A nossa educação ambiental tem de atacar o problema na raiz — reforça Beltrão.

 

A professora Izabel Zanetti também concorda com a necessidade de uma atuação casada entre Legislativo e Executivo. Ela considera que é importante ter a lei disciplinando a questão, mas é preciso também campanhas educacionais com a população — nas escolas e comunidades — e com os próprios governantes.

 

A proibição das sacolas plásticas já é prevista em lei em pelo menos 20 das 27 capitais brasileiras. A medida também foi adotada em dezenas de países pelo mundo. Na Irlanda, considerada um dos melhores exemplos de extinção das sacolas plásticas, elas passaram a ser cobradas em 2002 — por meio de um imposto batizado de Plas Tax, no valor de 22 centavos de euro por sacola — e, desde então, tiveram o consumo reduzido em mais de 90%.

 

Na China, onde cerca de 3 bilhões de sacolas eram consumidas por dia, a distribuição gratuita foi proibida. Já Chile e Alemanha incentivaram os comerciantes a oferecer aos clientes alternativa ao plástico, como sacolas de pano e caixas. Na França, o incentivo é para empresas que produzem sacolas biodegradáveis, que ganham benefícios para produzir mais. No Reino Unido, as sete maiores redes de supermercado fecharam acordo voluntário com o governo para reduzir o uso das sacolas plásticas em 50%. Em Bangladesh, uma lei federal proibiu totalmente o uso das sacolas.

 

Além deles, países como Canadá, Suécia, Estados Unidos, Austrália, Finlândia, Quênia, Taiwan, Ruanda e África do Sul também criaram leis para redução do consumo das sacolas plásticas.

 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)