A expressão "qualidade de vida no trabalho" surgiu na década de 1960, nos Estados Unidos, onde o movimento ganhou impulso. Os principais aspectos abordados eram a segurança e saúde no trabalho, o desenvolvimento das capacidades humanas, a adequada e satisfatória recompensa pelo trabalho e a integração social.


Para o pesquisador americano Richard Walton, professor da Harvard Business School, a sigla QVT tem sido muito utilizada para descrever certos aspectos e valores ambientais e humanos que foram negligenciados pelas sociedades industriais em favor do avanço tecnológico, do crescimento econômico e da produtividade. O estudioso define QVT como o atendimento de necessidades e aspirações humanas, calcado na ideia de humanização e responsabilidade social da empresa. 

Segundo Ana Cristina Limongi-França, professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, o conceito de QVT corresponde a um conjunto de ações de uma empresa que envolvem diagnósticos e implantação de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do ambiente de trabalho. A intenção é propiciar condições plenas de desenvolvimento humano para e durante a realização do trabalho. 

A Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), entidade sem fins lucrativos fundada em 1995, é voltada para o estímulo de ações em ambientes corporativos. Alguns princípios utilizados pela entidade são os de saúde física, estado psicológico, nível de dependência, relações sociais e relacionamento com o meio ambiente e a comunidade.

Conheça as categorias propostas por Richard Walton que avaliam a QVT e seus indicadores, sugeridos por Eda Fernandes, autora do livro Qualidade de vida no trabalho: como medir para melhorar:

Compensação justa e adequada ¿ A obtenção de remuneração adequada pelo trabalho realizado e o respeito à equidade interna (comparação com outros colegas) e à equidade externa (mercado de trabalho). 

Condições de trabalho ¿ A jornada de trabalho e a qualidade e segurança do ambiente físico. 

Uso e desenvolvimento de capacidades ¿ O aproveitamento do talento humano, o incentivo à utilização da capacidade plena de cada indivíduo no desempenho de suas funções e feedbacks constantes acerca dos resultados obtidos no trabalho e do processo como um todo. 

Oportunidade de crescimento e segurança ¿
Políticas da empresa voltadas para a possibilidade de carreira, crescimento pessoal e segurança no emprego. 

Integração social na organização ¿ Igualdade de oportunidades, independente da orientação sexual, classe social, idade e outras formas de discriminação, além do cultivo ao bom relacionamento. 

Constitucionalismo ¿ Respeito aos direitos trabalhistas, à privacidade pessoal e à liberdade de expressão. 

O trabalho e o espaço total de vida ¿ Equilíbrio entre vida pessoal e trabalho e estabilidade de horários. 

Relevância social do trabalho na vida ¿ A imagem da empresa na comunidade e sua responsabilidade social, a qualidade dos produtos e a prestação de serviços.


Compartilhar: Facebook | Twitter | Telegram | Linkedin