Rondonistas atuam em articulação com políticas sociais

Da Redação | 20/03/2012, 00h00

 

Oficina de compostagem em Amarante do Maranhão (MA): contribuição para o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes
André Falcão

Relançado em 2005, o Projeto Rondon leva, sob coordenação do Ministério da Defesa, iniciativas de intervenção social executadas por estudantes universitários a comunidades carentes em vários locais do país, escolhidos com base no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ou no seu isolamento.

Há diversas áreas de atuação, desde saúde e educação até economia e justiça. Os projetos são elaborados pelas universidades, que se submetem a concorrência grande: a última seleção contou com 500 proposições e apenas 120 aprovados.

A próxima etapa ocorre em julho no Pará e Tocantins e as inscrições podem ser feitas até 30 de março (veja em Como participar).

O vice-almirante Edlander Santos, coordenador-geral do projeto, destaca o caráter acadêmico e lembra que o Projeto Rondon não é um instrumento finalístico de políticas sociais, mas interage com elas, mesmo porque cada projeto só dura duas semanas.

&#8212 No passado, o projeto era mais assistencialista. Levava um pouco de alento a populações em localidades remotas e nem sequer se conhecia a realidade delas como se conhece hoje - pondera.

Essa talvez seja a maior diferença entre o projeto em sua origem e nos dias atuais. Segundo Santos, os projetos agora trabalham com líderes comunitários e agentes multiplicadores para deixar resultados mais permanentes.

O Projeto Rondon é executado pelos estudantes durante as férias de janeiro e julho, mas seu planejamento começa bem antes. Primeiramente, é feito levantamento de municípios com baixo IDH e das necessidades logísticas. Logo após, representante do projeto visita os municípios selecionados para verificar se as ações atendem às reais necessidades da região. Ele informa à prefeitura e às lideranças locais as possibilidades e limitações da atuação dos rondonistas, bem como a necessidade de contrapartida do município e a se há interesse em aderir ao projeto. Em seguida, é lançado convite às instituições de ensino superior (IES), que devem apresentar plano de trabalho. A seleção é feita por comissão especialmente designada com base em critérios de excelência e qualidade acadêmica das IES e o mérito, a pertinência e a possibilidade de execução do plano.

Uma vez selecionadas as IES, os professores que coordenarão as equipes visitam os municípios para acertar com autoridades locais as ações que serão realizadas e é definido o apoio logístico ­(alojamento, alimentação e transporte no município) que será oferecido aos rondonistas. As equipes são compostas por dois professores e oito alunos de áreas diversas, pois a abordagem é sempre multidisciplinar. Cada estudante pode participar uma única vez.

Para o vice-almirante, mais importante do que o serviço prestado é o fortalecimento da consciência cidadã.

- Escutei dos universitários que foi a grande experiência da vida deles, como foram surpreendidos pelo trabalho que realizaram, como foram tocados.

Para o coordenador, o Projeto Rondon é capaz de criar vínculos com a comunidade que podem ser aprofundados em projetos próprios de cada universidade. Ele acredita que o futuro do projeto é o seu crescimento, com mais recursos orçamentários.

- Ele evoluirá de acordo com o desenvolvimento do país e com os resultados das políticas sociais - prevê.

 

 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)