Abordagem multidisciplinar é atrativo para novos alunos

Da Redação | 20/03/2012, 00h00

A Universidade de Brasília (UnB) criou o Núcleo do Projeto Rondon como desdobramento de sua atuação no projeto e hoje também promove atividades próprias com o mesmo espírito.

O coordenador do núcleo, professor Antonio Carlos dos Anjos Filho, explica que as atividades têm origem na disciplina Construção de Projetos Sociais Multidisciplinares. Apesar de ser opcional, ou seja, não ser exigida para a conclusão de nenhum curso, a matéria tem todas as 400 vagas preenchidas nos primeiros dias de oferta.

- Nos primeiros 15 dias em sala de aula, os estudantes se perdem um pouco, pois a abordagem é diferente das disciplinas normais- explica Antonio Carlos.

Segundo ele, a disciplina procura desenvolver entre os estudantes a capacidade de resolver problemas no campo que nem sempre são antecipados pelo planejamento. A chave é a abordagem multidisciplinar, que desperta o interesse dos alunos pelas atividades.

Na disciplina, são selecionados os alunos que participam das ações do Projeto Rondon desenvolvidas pela UnB. Todos os matriculados, no entanto, têm oportunidade de fazer trabalho de campo, em ações próprias da UnB que geralmente acontecem aos sábados com a realização de oficinas em comunidades do Distrito Federal e proximidades.

As atividades desenvolvidas pelos estudantes nas comunidades têm foco em problemas específicos, como saúde ou educação, mas são multidisciplinares, o que dá aos participantes a oportunidade de conhecer melhor a área de atuação de seus colegas de outras faculdades. Em um projeto de saúde, por exemplo, os estudantes fazem medições e pesagens ou exames de vista, identificam famílias em situações de maior vulnerabilidade e encaminham pessoas para atendimento pela Secretaria de Saúde.

Na área de economia, ensinam crianças a lidar com valores monetários e a compreender as economia de suas casas. Para Antonio Carlos, no entanto, o mais importante é conseguir "uma abordagem carinhosa, para obter dados e diagnosticar problemas e encaminhar soluções, achar caminhos possíveis".

Durante o curso, identificam-se as capacidades de lidar com a ­comunidade e de estabelecer compromissos. Todos os projetos são feitos pelos próprios estudantes, e o coordenador explica que sempre procura maior integração com a realidade local.

Os alunos em trabalho de campo dormem em alojamentos nas escolas e comem a comida feita por merendeiras, relata Antonio Carlos, destacando o desenvolvimento pessoal e da capacidade de colaborar e trabalhar em equipe que a experiência proporciona aos alunos. "Eles aprendem a ter compromissos e responsabilidade com as coisas; serão profissionais competentes e envolvidos com a realidade", avalia o professor. "O Projeto Rondon tem que ser acadêmico e não uma simples aventura de férias", conclui.

O trabalho dos professores no Núcleo do Projeto Rondon é voluntário, realizado além de suas cargas horárias regulares.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)