Desemprego, doenças e acidentes são as causas principais

Da Redação | 20/04/2010, 00h00

Pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Ministério Público estadual mostrou que 39% dos 80 consumidores selecionados comprometiam 60% ou mais da sua renda em dívidas. Em 50% dos casos, o desemprego respondeu pelo desequilíbrio financeiro. Apenas 37% receberam cópia dos contratos e em 88% das vezes não se pediu nenhuma garantia para o empréstimo, conforme estudo de 2008 do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

O quadro foi muito parecido ao encontrado no Rio Grande do Sul, de acordo com o Idec. A pesquisa gaúcha feita em 2004 revelou que a esmagadora maioria (80%) era de endividados passivos, surpreendidos por algum acidente na vida. Em 57% dos casos, o tomador do crédito nunca recebeu cópia do contrato. Apenas em 37% deles, o credor explicou qual o total a ser pago e em 77% dos casos não se pediu qualquer garantia para a assinatura do contrato.

Mas as pesquisas disponíveis mostram que não é possível generalizar o perfil do superendividado brasileiro. No Rio Grande do Sul predominam as mulheres (55%), que são arrimo de família. Em Salvador (BA), os mais endividados são jovens adultos (64,56%), entre 18 e 34 anos, sendo que a maior parte (36,16%) só cursou o primeiro grau, conforme levantamento de 2009 da Federação da Câmara dos Dirigentes Lojistas da capital.

A pesquisa gaúcha revelou que a maior parte dos endividados (66%) está entre 30 e 50 anos; são pessoas não casadas (69%), principalmente autônomos ou liberais (47%), sendo aposentados (11%) e desempregados (10%), sustentando família de três a quatro pessoas (65%). São consumidores que devem para um credor (36%) ou de dois a três credores (38%), principalmente em decorrência de desemprego (36,2%), doença ou acidente (19,5%). Apenas 21,7% dos casos foram enquadrados como consumistas, conforme pesquisa coordenada por Cláudia Lima Marques.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)