Desastres nos mesmos lugares e mesma época

Da Redação | 13/09/2011, 00h00

 

Inundações e deslizamentos repetem-se ano após ano, geralmente na mesma época e nos mesmos lugares. No Rio de Janeiro, em 1565 (ano de fundação da cidade) o padre jesuíta José de Anchieta anotou: "-choveu tanto que se encheu e rebentaram as fontes-". Desde então, as tragédias foram registradas em jornais como Última Hora, em 12 de janeiro de 1966 (ao lado). São afetadas principalmente comunidades pobres nas várzeas e favelas em morros com desmatamentos.

O presidente do Serviço Geológico do Estado do Rio, Flavio Erthal, reconhece que as cidades fluminenses não têm conseguido se planejar, mesmo com as exigências recentes.

&#8212 Essa é uma realidade nacional, mas a situação se agrava no nosso estado pelas suas características geomorfológicas e pela grande ocupação decorrente da urbanização acelerada dos últimos 50 anos &#8212 explicou Erthal.

Em Santa Catarina, as inundações também são recorrentes, principalmente no Vale do Itajaí, conforme ressalta o presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), Marcos Túlio de Melo.

&#8212 As prefeituras precisam retirar as famílias e ocupar as áreas de risco com lazer ou prevenção ambiental &#8212 afirmou Marcos Túlio.

No início de 2011, milhares de pessoas ficaram desabrigadas não só no estado do Rio, onde houve mais de 900 mortes na Região Serrana, mas também em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Alagoas, Pernambuco, Goiás, Piauí e Sergipe. No réveillon do ano anterior, foram 53 mortes e 1.230 famílias desabrigadas em Angra dos Reis (RJ).

Em abril de 2010, morreram 47 pessoas e mais de 3 mil ficaram desabrigadas no morro do Bumba, em Niterói (RJ). A comunidade surgiu sobre montanha de lixo de um antigo aterro sanitário, desativado em 1981, mas a ocupação irregular recebeu da prefeitura asfalto, água, luz, escola e médico de família.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)