Reciclar gera riqueza, emprego e renda

Da Redação | 22/10/2013, 00h00

Dar destinação adequada ao lixo não é apenas levá-lo para uma área preparada para recebê-lo. É selecioná-lo e reciclá-lo. A meta da política  nacional é reciclar a maior quantidade de lixo e destinar ao aterro somente o que for rejeito. Em relação a isso, o Brasil melhorou nos últimos anos, mas precisa trabalhar.

 

Conforme levantamento a Associação Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), a quantidade de material reciclado passou de 5 milhões de toneladas em 2003 para 7,1 milhões de toneladas em 2008, o que corresponde a 13% dos resíduos sólidos das cidades. Quando se trata de lixo seco (plástico, vidro, metais, papel e borracha), a porcentagem de reciclados passou de 17% em 2004 para 25% em 2008.

 

Lançado em 2011, o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis estabelece meta de 20% de lixo reciclado até 2015. A ideia é estimular o mercado de recicláveis por meio da desoneração dos produtos que contenham material reaproveitado em sua composição.

— O espírito é recuperar o lixo para reinseri-lo na cadeia produtiva, em um círculo virtuoso. Reaproveitar o lixo reduz a pressão sobre a natureza, pois é menos demanda por matéria-prima e menos poluição ambiental — afirmou Geraldo Abreu, coordenador da conferência.

 

De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o desperdício pela falta de reaproveitamento do lixo no Brasil gira em torno de R$ 8 bilhões anuais. Atualmente, o setor de reciclagem gera R$ 12 bilhões por ano.

 

Por isso, um dos principais pontos da Política Nacional de Resíduos Sólidos é o que diz respeito à responsabilidade da indústria e do comércio na recuperação e destinação adequada do lixo. Entre eles, destacam-se as empresas, indústrias e lojas que trabalham com embalagens, baterias, eletroeletrônicos e agrotóxicos. Segundo Abreu, o ministério já recebeu proposta dos setores de embalagem e eletroeletrônicos.

 

Realidade

 

Os índices brasileiros de reciclagem de alumínio, papel, plástico e vidro se mantêm estáveis desde 2009. De acordo com dados da Abrelpe, são reciclados 98,3% das latas, 45,5% do papel, 47% do vidro e 57,1% das garrafas pet.

 

O Brasil é líder mundial em reciclagem de latas, está acima da média mundial (28,3%) em reaproveitamento do alumínio de modo geral, com 36,4%. Quando se trata de recuperação de plástico, o Brasil vai bem  no item garrafa pet. Fica atrás apenas do Japão, que recicla 77,9% do consumo de garrafas desse tipo, e à frente da Europa, com 48,4%. O mesmo acontece com o vidro, sobretudo o usado como recipiente, que, além de ter uma boa média de reciclagem, ainda conta com 33% de reúso doméstico. Apenas 20% das embalagens de vidro vão parar no lixo.

 

No caso do papel, o país ainda está muito atrás dos campeões, que têm o Japão na liderança, com 91,8% de reaproveitamento.  O índice brasileiro é de cerca de 45%.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)