Pesquisa realizada pelo DataSenado indicou aumento da violência contra a mulher

Da Redação | 10/07/2012, 00h00

Joseana Paganine

 

O aumento da violência contra a mulher também foi sinalizado em pesquisa realizada pelo DataSenado, em 2011. A cada dois anos, desde 2005, o serviço de pesquisa do Senado ouve a opinião feminina sobre a violência de gênero no Brasil, para fornecer subsídios para debates e projetos dos senadores.

Das 1.352 mulheres entrevistadas em todo o Brasil, 66% entenderam que houve aumento da violência. Ao mesmo tempo, 60% sentiram que estão mais protegidas após a criação da Lei Maria da Penha. O conhecimento sobre a lei também aumentou: 98% disseram já ter ouvido falar nela, contra 83% em 2009.

Mas a lei ainda gera opiniões contraditórias. Para as entrevistadas, conhecer a lei não faz com que as vítimas denunciem a agressão. Cerca de 68% afirmaram ter medo de retaliação por parte do agressor. Já 64% disseram que o fato de não ser possível retirar a queixa na ­delegacia, em caso de arrependimento, faz com que as mulheres deixem de denunciar.

A pesquisa também perguntou a opinião das mulheres sobre a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que permitiu, no âmbito da Lei Maria da Penha, a troca da pena de prisão por pena alternativa nos casos em que a condenação for inferior a um ano. Para 79% das entrevistadas, a decisão enfraquece a lei.

 

Silêncio


A cada cinco mulheres entrevistadas, uma declarou já ter sofrido algum tipo de violência doméstica e familiar. O DataSenado perguntou, então, quando elas decidiram pedir ajuda contra as agressões. Apenas 36% disseram ter procurado ajuda na primeira agressão; 29% confessaram não ter procurado ajuda; 24% pediram ajuda após a terceira agressão, 5% na segunda; e 5% não responderam.

Quando questionadas sobre o que fizeram após a última agressão, 23% das mulheres ouvidas disseram não ter feito nada. As razões para essa atitude, segundo elas, são : preocupação com criação dos filhos (31%); medo de vingança do agressor (20%); vergonha da violência sofrida (12%); achar que seria a última vez (12%), dependência financeira (5%); achar que não haveria punição (5%); e outros motivos (17%).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)