Olimpíadas reforçam a opção pelo esporte

Da Redação | 18/08/2008, 00h00

A presença nas Olimpíadas de Pequim de atletas como a brasileira Daiane dos Santos – que mais uma vez competiu na prova de solo da ginástica ao som do choro Brasileirinho, de Waldir Azevedo – motiva muitas crianças brasileiras, que também passam a sonhar com a glória olímpica. 

Aliás, a importância do esporte na formação da criança e do adolescente é ressaltada pelos especialistas independentemente do momento olímpico E as famílias têm se empenhado em encaminhar os filhos para a prática esportiva. Mas, embora o Estatuto da Criança e do Adolescente determine a obrigação de o Estado oferecer esporte a todos, a lei ainda está longe de ser atendida na maior parte dos estados com programas voltados para as famílias de baixa renda.

Já as classes mais abastadas e a classe média colocam o esporte como uma das prioridades da família, que freqüenta academias e clubes. É nesse contexto que também ocorrem os exageros, como afirma a psicóloga Vera Lúcia Lucio, de Brasília. "Desde cedo, as crianças são obrigadas a praticar determinada atividade, muitas vezes contra a sua vontade, e, ainda em alguns casos, não adequada para aquela idade", diz a especialista, que em seu consultório costuma receber crianças estressadas diante das cobranças feitas pelos pais.

A maior queixa dos pais é o desejo constante de troca de esporte. Num semestre, natação, no outro, judô, e no ano seguinte, vôlei. "Não vejo isso como um problema, porque a criança precisa experimentar, para no futuro fazer melhor as suas escolhas. É preciso um acordo com a criança, para que ela termine o semestre, antes de passar para outro esporte", diz Vera Lúcia. Para ela, a prática do esporte é sempre melhor do que o vício da televisão. No entanto, atenta para a necessidade de respeito ao temperamento e biótipo de cada criança. 

A pediatra Beatriz Perondi, do grupo multidisciplinar de Medicina Esportiva do Instituto da Criança (ICr), em São Paulo, alerta para a necessidade de um acompanhamento médico e nutricional, já que nos treinos ou nas competições o organismo da criança utiliza os nutrientes disponíveis, que são indispensáveis para garantir um crescimento adequado. 

Os especialistas também concordam que o esporte deve ser introduzido cedo na vida da criança, de forma a aumentar a probabilidade de se tornar um hábito saudável, com o cuidado de que não se transforme em uma obsessão ou na busca do corpo perfeito.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)