Alfabeto
— Passa a ter 26 letras, em vez de 23. Foram incluídas as letras k, w e y, usadas principalmente em siglas e palavras originárias de outras línguas.
Exemplos: Franklyn, Darwin, darwinismo, Kuwait, kuwaitiano, km (para quilômetro), kg (para quilograma) etc.
Trema
— Foi abolido de todas as palavras da língua portuguesa. O sinal servia para destacar a pronúncia do u nas combinações que, qui, gue e gui.
Exemplos: aguentar, ambiguidade, bilíngue, cinquenta, consequência, enxágue, equestre, frequência, linguiça, tranquilo etc. O trema ainda é mantido em nomes próprios estrangeiros e suas derivações, como em Bündchen, Müller e mülleriano.
Acento diferencial
Para diferenciar duas palavras de significado diferente, mas escritas da mesma forma.
— Deixa de existir nos seguintes casos: para (verbo), que se diferenciava da preposição para; pelo (substantivo), que se diferenciava da preposição pelo; pera (substantivo), que se diferenciava da preposição pera.
Exceções: pôde (verbo poder no passado) conserva o acento para se distinguir de pode (verbo poder no presente); pôr (verbo) conserva o acento para se distinguir de por (preposição).
— Uso facultativo nos seguintes casos: demos (do verbo no subjuntivo: que nós dêmos) para se diferenciar de demos (do passado nós demos); fôrma (substantivo) para se diferenciar de forma (verbo).
Ditongo aberto
— O acento agudo foi eliminado nos ditongos abertos das palavras paroxítonas.
Exemplos: alcaloide, assembleia, epopeia, ideia, jiboia, paranoia.
Continuam acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éi, éu e ói: chapéu, herói, corrói, céu, véu, lençóis, anéis, Ilhéus.
Hiato
— Foram eliminados os acentos circunflexos nos hiatos oo e ee.
Exemplos: enjoo, perdoo, magoo, voo, abençoo; creem, deem, leem, releem, veem, prevêem.
Observação: O acento circunflexo continua valendo para sinalizar o plural dos verbos ter e vir e seus derivados: eles têm, eles vêm, eles retêm.
U tônico
— A letra u não será mais acentuada nas sílabas que, qui, gue, gui dos verbos arguir, redarguir, apaziguar, averiguar, obliquar.
Exemplos: apazigue (em vez de apazigúe), argui (em vez de ele argúi), averigue, oblique. Pode-se também acentuar desta forma esses verbos: ele apazígue, averígue, oblíque.
— Também perdem o acento as palavras paroxítonas com i ou u tônicos precedidos por ditongos, como feiura e baiuca. Essa regra não vale quando se trata de palavras oxítonas. Assim, continua correto Piauí, teiús, tuiuiú.
Emprego do e/i
— Escreve-se com i, e não com e, antes da sílaba tônica, adjetivos e substantivos derivados em que entram os sufixos -iano e -iense.
Exemplos: acriano (do Acre), camoniano (referente a Camões), torriense (de Torres), açoriano (dos Açores), rosiano (relativo a Guimarães Rosa).
Hífen
— O sinal não será mais usado quando a primeira palavra terminar com vogal e a segunda começar com r ou s.
Exemplos: antirrugas (em vez de anti-rugas), autorretrato (em vez de auto-retrato), ultrassom (em vez de ultra-som). — O hífen também não deve ser grafado quando a primeira palavra terminar com vogal diferente da que começar a segunda.
Exemplos: autoestrada (em vez de auto-estrada) e infraestrutura (em vez de infra-estrutura).
— O sinal deve ser usado, porém, quando a primeira palavra terminar com vogal ou consoante igual à letra que começar a segunda. Exemplos: micro-ônibus (em vez de microônibus) e micro-ondas (em vez de microondas).