Impeachment não pode ser confundido com 'voto de desconfiança' à presidente, alerta Gleisi

Da Redação e Da Rádio Senado | 25/04/2016, 17h56

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) desafiou nesta segunda-feira (25) os senadores a provar que os fatos citados no pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff constituem crime de responsabilidade. Segundo ela, as manobras contábeis chamadas de pedaladas fiscais não estão na peça que deu origem ao processo de impedimento, por isso não podem ser usadas para justificar que o Senado aceite a continuidade do processo.

Gleisi afirmou que muitos parlamentares não analisam o conteúdo do pedido de impeachment e votam como se estivesse analisando o conjunto da obra da presidente. Para ela, é preciso julgar com base na Constituição e nas leis.

— Não dá para aceitar a tese do conjunto da obra. Nós não podemos cair nisso. Se a Câmara fez essa discussão sem qualidade, sem profundidade e votou um impeachment mais pela política do que com base constitucional e jurídica, esta Casa, que tem senadores que já [foram] governadores, ministros, tem a obrigação de saber que nós não vamos estar aqui tratando de um voto de desconfiança à presidente da República, o que cabe no sistema parlamentarista e não no presidencialista.

Para Gleisi Hoffmann, não cabe a alegação de que a presidente fez uma operação de crédito com o Banco do Brasil ao atrasar pagamento de subsídios do Plano Safra, que concede empréstimos com juros baixos a agricultores. A senadora disse que o atraso se dá porque o governo precisa analisar se os empréstimos foram concedidos dentro das normas antes de fazer o pagamento ao banco.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)