Filho de ex-diretor de benefícios do INSS fica em silêncio na CPMI
Munido de um habeas corpus, o advogado Eric Fidelis, filho do ex-diretor de benefícios do INSS André Fidelis, ficou em silêncio em boa parte do depoimento à CPMI do INSS. O relator Alfredo Gaspar (União-AL) afirmou que Eric recebeu recursos de associações beneficiadas por acordos assinados pelo pai. Parlamentares como Rogério Correia (PT-MG) e Izalci Lucas (PL-DF) apontaram repetição no modus operandi das fraudes.

Transcrição
Munido de um Habeas Corpus, Eric Fidelis, advogado, filho do ex-diretor de benefícios do INSS, preso, André Fidelis, não respondeu à maioria das perguntas, mas disse que sempre atuou dentro da lei e que não tem relação com fraudes nos descontos de aposentados e pensionistas.
Eric Fidelis - Eu gostaria de lhes afirmar que eu sempre atuei de acordo com os princípios que regem a advocacia, de acordo com o que prega a ética do estatuto da OAB. A advocacia privada é uma função essencial à justiça, conforme estabelecido no artigo 133 da Constituição Federal.
Mas o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, do União de Alagoas, afirmou que Eric era o destinatário de recursos de associações a partir de acordo intermediado pelo seu pai enquanto diretor do INSS. Gaspar deu o exemplo da Associação AAPEN.
Alfredo Gaspar - A Aapen recebeu o ACT quando? Na gestão do pai dele enquanto Diretor da Dirben. Olhem como esse pessoal é engenhoso: o pai assina o acordo de cooperação, a Aapen tira R$80 milhões de aposentados e pensionistas, e ela está repassando para ele R$2,4 milhões.
O pai de Eric, André Fidelis, foi preso preventivamente em um dos desdobramentos da operação Sem Desconto da Polícia Federal. O deputado federal Rogério Correia, do PT de Minas Gerais, destacou que o modus operandi do esquema está bem determinado.
Rogerio Correia - A gente já sabe como funciona. Faz ACT de entidade picareta, a entidade desconta do aposentado. O aposentado sequer é filiado a ela, nem sabe que essa entidade existe. E o dinheiro vai cair no bolso depois também de escritório de advocacia que fazem lavagem de dinheiro.
Ideia compartilhada pelo senador Izalci Lucas, do PL do Distrito Federal.
Izalci Lucas - É sempre a mesma coisa, é sempre o mesmo método, é sempre a mesma lista de empresas, é sempre a mesma lista de nomes, é sempre as mesmas. Coincidência, todas estão envolvidas, mas ninguém diz que roubou. O incrível caso do roubo sem culpados.
Alfredo Gaspar, relator da CPMI, apontou que André e Eric podem ter movimentado pelo menos R$ 10 milhões entre 2023 e 2024. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

