Racismo e Legislação é tema de debate na CDH — Rádio Senado
Consciência Negra

Racismo e Legislação é tema de debate na CDH

A Comissão de Direitos Humanos debateu em audiência pública o tema “Uma constituição antidiscriminatória e antirracista”. O colegiado recebeu neste Dia Nacional da Consciência Negra (20) juristas e pessoas atuantes no Direito em assuntos ligados à discriminação racial. Os convidados destacaram mudanças advindas com a Constituição de 1988 e o presidente da CDH, Paulo Paim (PT-RS), lembrou de alterações recentes na legislação, como a que equiparou a injúria racial ao racismo.

20/11/2023, 14h05 - ATUALIZADO EM 20/11/2023, 15h06
Duração de áudio: 01:43
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS PROMOVEU AUDIÊNCIA PÚBLICA COM O TEMA “UMA CONSTITUIÇÃO ANTIDISCRIMINATÓRIA E ANTIRRACISTA”. O COLEGIADO RECEBEU NESTE DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA JURISTAS E PESSOAS ATUANTES NO DIREITO EM ASSUNTOS LIGADOS À DISCRIMINAÇÃO RACIAL. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. A Comissão de Direitos Humanos lembrou o Dia Nacional da Consciência Negra com uma audiência pública. Convidados como o defensor público César Gomes destacaram as mudanças na legislação para coibir atitudes racistas desde a Constituição de 1988. César Gomes explicou que, num primeiro momento, com a Lei Afonso Arinos, em 1951, o ato de discriminação racial surgiu como uma contravenção e esse conceito foi ampliado posteriormente. O racismo era uma questão privada, episódica, então não deveria merecer dos poderes constituídos nenhuma vez. Nenhum tratamento complexo, não se tem registro de nenhuma condenação com base na lei Afonso Arinos, e nós avançamos posteriormente, e aí sim, com uma mudança de paradigma que considera os crimes de racismo uma questão de ordem pública, a Constituição de 88. O presidente da Comissão de Direitos Humanos, Paulo Paim, senador do PT gaúcho, lembrou também de alterações recentes na legislação, como a equiparação da injúria racial ao racismo. Agora nós temos uma lei que, de fato, deixa claro que crime de racismo e injúria se complementam, é uma coisa só. É crime racial e fim de papo, é cadeia, prisão e não prescreve. Isso foi importante. Também participaram da audiência pública a advogada Vera Lúcia de Araújo, os pós-graduados em direito Douglas Pinheiro, Wallace Corbo, Adilson José Moreira, Philippe de Almeida, a cantora e compositora Marina Andrade, e a promotora de Justiça Lívia Sant’Anna Vaz. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.

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