Ex-ministros debatem novo Código Florestal — Rádio Senado

Ex-ministros debatem novo Código Florestal

LOC: DE UM LADO, QUATRO EX-MINISTROS DO MEIO AMBIENTE E A CONDENAÇÃO AO PROJETO DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL.

LOC: DO OUTRO, TRÊS EX-MINISTROS DA AGRICULTURA QUE DIZEM QUE O SETOR PRODUTIVO DO PAÍS VAI GANHAR COM A NOVA LEI SEM ABDICAR DA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE. SAIBA MAIS COM O REPÓRTER BRUNO LOURENÇO.

TÉC: Ouvidos por 3 comissões do Senado, ex-ministros de Meio Ambiente e de Agricultura mostraram estar em campos completamente opostos. O ex-ministro da agricultura, Francisco Turra, defendeu o novo Código, mas reclamou que o Brasil é o único país a estabelecer em lei uma área de proteção ambiental. E ainda assim os países mais ricos querem taxar nossos produtos por dizerem que o Brasil destrói as florestas.(TURRA): Estamos preservando 67% dos recursos naturais que deus nos deu. A União Européia não preservou 5%. que moral eles têm para nos destruir? (REP): Mas para a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o texto em análise no Senado vai dar munição aos competidores do Brasil para estabelecerem barreiras ambientais. Marina diz que se o código florestal for aprovado como está, o Brasil vai chegar à Rio + 20, no ano que vem, de cabeça baixa, quando poderia sediar o evento com orgulho. (MARINA): Somos capazes de aumentar nossa produção, reduzir a pobreza e reduzir o desmatamento. Isso é a competição pelo caminho de cima. Isso não nos deixa constrangidos diante daqueles que querem só um pretexto só para taxar nossa agricultura. Para taxar nossos produtos. (REP): Já o ex-ministro da agricultura Reinhold Stephanes considerou temerário estabelecer em lei os limites de margens de rios para preservação, já que o conhecimento evolui e o que é certo hoje pode não ser amanhã. Ele também não entende a posição de quem é contra a exploração dos topos de morros, atividade desenvolvida hoje com sucesso por produtores de maçãs na serra catarinense e de café de Minas Gerais. (STEPHANES): tão lá os morros, e estão plantados, não estão erodidos, gente, por que tirar aquilo de lá? Café de minas e assim por diante, podíamos dar os exemplos. (REP): O ex-ministro do Meio Ambiente, hoje deputado federal pelo PV do Maranhão, Sarney Filho, criticou vários pontos do novo código. Um deles é o que anistia agricultores que desmataram as reservas legais até 22 de julho de 2008, desde que eles assinem um termo de compromisso para recuperação das áreas. Segundo Sarney Filho, o artigo fere o princípio da igualdade. (SARNEY): aqueles que protegeram suas matas nativas, seguiram a lei o tempo todo, vão receber, e devem se sentir lesados, o mesmo tratamento dos produtores que simplesmente ignoraram a legislação florestal. (REP): O senador Jorge Viana, do PT do Acre, relator na Comissão de Meio Ambiente, afirmou que o Congresso Nacional tem condições votar uma proposta até o final do ano que contemple todos os lados envolvidos. (VIANA): Acho que é possível concluir até o final de outubro as votações em todas as comissões para que a Câmara tenha mais um mês para decidir sobre matéria tão importante. (REP): O senador Luís Henrique, do PMDB de Santa Catarina, deve apresentar no dia 31 de agosto seu relatório sobre a legalidade da matéria na Comissão de Constituição e Justiça. Luís Henrique, que também é relator nas Comissões de Agricultura e de Ciência e Tecnologia, espera que a CCJ conclua a votação no dia seis de setembro. A lei atual é de 1965 e os senadores já apresentaram mais de 30 emendas ao projeto do novo Código Florestal.
26/08/2011, 01h36 - ATUALIZADO EM 26/08/2011, 01h36
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