Sancionada lei que inscreve Zilda Arns no ‘Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria’

Da Agência Senado | 24/04/2023, 17h21

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou no dia 20 de abril a Lei 14.552, que inscreve o nome da pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A lei entrou em vigor nesta segunda-feira (24), data em que foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

A norma teve origem no projeto de lei (PL) 1.937/2019, de autoria da ex-deputada Tereza Nelma, aprovado no Senado em março de 2023.

Zilda Arns nasceu em Forquilhinha, Santa Catarina, no dia 25 de agosto de 1934, filha de Gabriel Arns e Helena Steinar Arns e irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo. A pediatra e sanitarista, formada pela Universidade Federal do Paraná, mudou o retrato da desnutrição infantil no Brasil, praticamente reinventando o trabalho voluntário no Brasil.

Ao longo de 25 anos, Zilda Arns expandiu o alcance da iniciativa para 72% do território nacional, além de 20 países na América Latina, Ásia e África. Participou de eventos, fez palestras, acompanhou comitivas da pastoral, um trabalho que mudou o destino de milhões de crianças.

Em janeiro de 2010, Zilda Arns viajou ao Haiti em missão de paz, onde faria uma palestra sobre seu trabalho na Pastoral para um grupo de religiosos haitianos. Faleceu sob os escombros o prédio onde estava, após um forte terremoto.

“Inscrever Zilda Arns no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria tem imenso valor simbólico, pois representa o reconhecimento oficial da sua nobre existência e da relevância de seu papel histórico”, conclui Tereza Nelma na justificativa do projeto.

Dedicação às crianças

No Senado, o projeto foi aprovado de forma terminativa na Comissão de Educação (CE), em março, com relatoria da senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO). 

— A biografia de Zilda Arns revela a mais profunda e coerente dedicação ao próximo, começando pelas pequeninas e pelos pequeninos, para os quais levou, desconhecendo fronteiras, um tipo de atendimento que mobilizava a boa vontade dos voluntários, por meio de uma orientação inteligente e sensível, capaz de transformar vidas — afirmou a relatora, durante a votação do texto na CE.

O senador Flávio Arns (PSB-PR), que é sobrinho de Zilda, defendeu a aprovação da homenagem.

— Tia Zilda, de fato, fez um extraordinário trabalho. A Pastoral da Criança, que foi criada há 40 anos, acompanhou mais de 1 milhão de crianças em bolsões de pobreza durante muitos anos. Isso significa 30, 40, 50 milhões de crianças que hoje são adultos, e tantos outros, que passaram pela pastoral, pelos cuidados de soro caseiro, pesagem, orientação das mães, coisas simples, ao alcance da população — disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)