Girão critica política de drogas e extinção de órgão voltado às comunidades terapêuticas

Da Agência Senado | 29/03/2023, 12h00

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) classificou como um erro a decisão do governo federal de acabar com a Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (Senapred). A política sobre drogas passou a ser competência do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Ministério da Saúde. 

Em seu pronunciamento, na terça-feira (28), o parlamentar informou que nos últimos anos a Senapred foi o órgão público responsável pelo apoio a 700 comunidades terapêuticas. Reforçou a importância do trabalho realizado por essas instituições, o que, segundo ele, permitiu o atendimento a mais de 100 mil pessoas que dele precisaram em razão da dependência química.

O senador criticou um possível retorno à política de "redução de danos" em relação ao uso de drogas. 

— Ou seja, ao invés de prevenir e tratar a dependência química, o atual governo do presidente Lula, que se diz tão social, pretende voltar à equivocada política da redução de danos na convivência com as drogas. Com as drogas, tolerância zero! Tal procedimento vai na contramão da nova e boa lei sobre a política de drogas aprovada pelo Congresso Nacional em 2019, conforme o  Projeto de Lei da Câmara (PLC) 37/2013 — disse Girão.

Maconha

Para o senador, o caso da maconha pode repetir o do tabagismo, hoje fortemente reprimido. Ele lembrou que para cada dólar arrecadado com impostos no mundo, são gastos US$ 5 para tratar das consequências do tabaco, principalmente no aparelho respiratório.

— Na maconha, os efeitos deletérios atingem também o cérebro, relacionados com esquizofrenia, paranoia, ansiedade, pânico, transtorno bipolar, depressão, deficiências cognitivas e de memória. Tudo que o cigarro faz de dano, a maconha faz muito mais — afirmou o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)