Simone Tebet se despede da liderança da Bancada Feminina e cobra políticas em defesa das mulheres

Da Agência Senado | 15/02/2022, 19h38 - ATUALIZADO EM 16/02/2022, 09h10

Em sua despedida da liderança da Bancada Feminina, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) destacou nesta terça-feira (15) os resultados positivos do grupo parlamentar em seu primeiro ano de atuação e defendeu uma pauta de protagonismo e empoderamento da mulher, principalmente no enfrentamento à violência contra as mulheres “em qualquer de suas formas”.

— A violência contra a mulher começa com um tapa na cara, com um xingamento; depois, ela vai para um espancamento. Ela chega, muitas vezes, a uma violência sexual e ao feminicídio, que é matar uma mulher pelo simples fato de ser mulher. E, quando nós falamos no pedófilo, nós imaginamos sempre um monstro que vive fora de casa. A maioria mais que absoluta da violência contra a mulher acontece dentro de casa; por isso, ela é doméstica — ressaltou.

Apesar de criticar a baixa representação feminina no poder no Brasil, Tebet saudou a criação da Bancada Feminina, estabelecida em 9 de março de 2021, como meio que assegurou às senadoras “voz, vez e voto” no colégio de líderes e participação na agenda de votação da Casa. Segundo ela, antes da formalização da Bancada Feminina, a discussão e aprovação de matérias de interesse das mulheres era basicamente limitada aos meses de março, agosto e novembro — comemorações do Dia Internacional da Mulher, da Lei Maria da Penha e da Não-Violência Contra a Mulher, respectivamente.

Pobreza menstrual

A senadora lembrou que em 2021 a Bancada Feminina conseguiu aprovar no Senado 35 propostas, das quais resultaram 12 leis, uma emenda à Constituição e uma resolução do Senado. Porém, ela cobrou do Congresso Nacional a derrubada do veto presidencial (VET 59/2021) à distribuição de absorventes higiênicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS): Tebet afirmou que, por suas ações, o presidente da República, Jair Bolsonaro, tem “falta de empatia com a condição intrínseca da mulher”.

— Um projeto tão simples, com impacto orçamentário tão pequeno, que tem a ver com dignidade, com cidadania de mulheres que estão passando fome e não têm condições de comprar oito absorventes por mês. Não é só de políticas sanitárias de saúde pública que estamos falando. As nossas meninas perdem até 40 dias de aula por ano porque têm vergonha de ir à escola — lamentou.

A senadora também pediu à Câmara dos Deputados para dar andamento ao PLC 130/2011, aprovado pelo Senado há dez anos, que estabelece a equidade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função.

Nova líder

Tebet saudou a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), nova líder da Bancada Feminina, e recebeu os cumprimentos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Ele ressaltou a intensa participação da Bancada Feminina em relação a todos os temas nacionais e a contribuição das senadoras para a elevada produtividade da Casa.

— Considero seriamente, sinceramente, que nós estamos no caminho certo, no caminho da cidadania, no caminho da consciência, no caminho do que é o dever de um Poder Legislativo — disse Pacheco.

Eliziane destacou a atuação de Tebet à frente da bancada feminina. E pediu ao presidente do Senado prioridade na votação de pautas de interesse das mulheres. 

— A Simone é uma mulher extraordinária, que orgulha todas as mulheres brasileiras, uma mulher que já fez história no Brasil, já fez história no Congresso Nacional. Esse pedido feito por todas nós por uma liderança feminina e, no dia 8 de março, na semana do mês de março, termos, todas as semanas do ano, uma pauta feminina. Com isso, portanto, assegurando o nosso protagonismo — disse.

Simone Tebet também foi cumprimentada, em apartes, pelos senadores Izalci Lucas (PSDB-DF), Eduardo Braga (MDB-AM), Nilda Gondim (MDB-PB), Eliziane Gama, Rose de Freitas (MDB-ES), Zenaide Maia (PROS-RN), Leila Barros (Cidadania-DF), Marcos Rogério (PL-RO) e Marcelo Castro (MDB-PI).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)