Senado cria Comenda Irmã Dulce para homenagear serviços na área social da saúde
Da Redação | 15/12/2020, 23h45
O Plenário do Senado aprovou, na noite desta terça-feira (15), a criação da Comenda Santa Dulce dos Pobres (PRS 45/2020). A comenda é uma sugestão do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) e homenageará pessoas ou empresas que tenham prestado relevantes serviços na área social da saúde. A proposta sugere a entrega, anualmente, do diploma de menção honrosa, pela Mesa do Senado Federal, a até três pessoas físicas ou jurídicas, durante sessão que será especialmente convocada com esse objetivo.
— Hoje é um dia muito especial. Acho que estamos fechando o ano com chave de ouro. O que estamos fazendo no último dia deste ano legislativo não é por acaso. Este país é o país da paz e da solidariedade — comemorou Girão.
De acordo o autor, o objetivo da matéria é reconhecer a atuação da religiosa brasileira que ficou mundialmente conhecida por dedicar sua vida a ajudar os doentes e os mais necessitados além de incentivar iniciativas de apoio social por parte da população. Irmã Dulce foi canonizada pelo papa Francisco em 2019, tornando-se a primeira santa brasileira.
“Esta proposição busca, portanto, reconhecer o amor de Santa Dulce dos Pobres pelos excluídos e o seu imenso trabalho social, bem como incentivar o desenvolvimento de relevantes trabalhos na área social da saúde. Esperamos que cada pessoa ou instituição agraciada com a Comenda possa renovar nossa esperança de viver em um país mais fraterno e mais humano”, afirmou o senador ao justificar o projeto.
Ainda conforme o projeto, a indicação dos candidatos a receberem a homenagem poderá ser feita por qualquer senador ou senadora, desde que apresente justificativa ressaltando os méritos do concorrente. A indicação deverá ser avaliada pelo Conselho da Comenda Santa Dulce dos Pobres, a ser composto por um senador de cada um dos partidos políticos com assento no Senado.
O conselho também terá a responsabilidade de definir, a cada ano, o período de recebimento das indicações e da premiação. O texto ainda determina que a partir da escolha das pessoas agraciadas, seus nomes e atuação serão amplamente divulgados pelos meios de comunicação da Casa e em sessão plenária. Os senadores Wellington Fagundes (PL-MT) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO) comemoraram a aprovação da matéria.
— Esta comenda certamente vai incentivar outras pessoas na prática do bem — afirmou Fagundes.
Biografia
O projeto foi relatado pelo senador Styvenson Valentin (Podemos-RN). Ele fez apenas ajustes pontuais no texto em relação à atuação do conselho. Da tribuna, ele destacou a biografia de Irmã Dulce. Maria Ritta Souza Brito Lopes Pontes, mais conhecida como Irmã Dulce, nasceu em Salvador (BA), em 26 de maio de 1914. Desde sua adolescência, manifestou a vocação para trabalhar em benefício dos mais pobres. Aos 13 anos, ao visitar áreas carentes de Salvador na companhia de uma tia, manifestou o desejo de se dedicar à vida religiosa, transformando a casa da própria família em centro de atendimento, atendendo a mendigos e doentes.
Aos 18 anos, juntou-se à Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe, e aos 20 anos foi ordenada freira, quando passou a se chamar Irmã Dulce Lopes Pontes, em homenagem à sua mãe. Em 1959, a freira baiana fundou a Associação Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), que abrigaria tempos depois o Hospital Santo Antônio, referência na assistência à população carente no estado da Bahia. Atualmente, a instituição possui mais de mil leitos e atende diariamente a 4 mil pessoas. “Irmã Dulce era tão respeitada e amada que o papa João Paulo II, por ocasião de ambas as visitas feitas ao Brasil, fez questão de se encontrar com ela e de conhecer sua obra”, lembra Girão, na justificativa do projeto.
Irmã Dulce faleceu no dia 13 de março de 1992. Em 2009, o Vaticano reconheceu as "virtudes heroicas" da religiosa, autorizando oficialmente a concessão do título de Venerável, o reconhecimento de que Irmã Dulce viveu, em grau heroico, as virtudes cristãs da fé, esperança e caridade. Ao ser beatificada, em 2011, passou a ser reconhecida como Bem-Aventurada Dulce dos Pobres. Em 2019, a beata foi canonizada recebendo o título de Santa Dulce dos Pobres.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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