Senado cria Comenda Chico Xavier para premiar ações de caridade e filantropia

Da Redação | 21/10/2020, 20h41

O Plenário do Senado aprovou, nesta quarta-feira (21), o Projeto de Resolução do Senado (PRS) 44/2020, que institui a Comenda Chico Xavier. A iniciativa partiu do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) e deverá homenagear pessoas ou entidades que se destacaram em ações sociais de caridade ou filantropia. O relator, senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL), recomendou a aprovação da proposta e acolheu uma emenda. O projeto segue para promulgação.

— A obra de Chico Xavier transformou a minha vida. Sou uma pessoa mais feliz, mais realizada, mais serena. E tenho plena consciência da minha tarefa aqui, com todas as minhas limitações e imperfeições, que são muitas. O Chico deixou para a gente um legado de que a gente está aqui para evoluir, para aprender a perdoar, a amar. A morte não existe — disse Girão após o relator apresentar o voto.

Os concorrentes à comenda deverão ser indicados pelos senadores. A entrega da premiação vai acontecer sempre em abril, mês de nascimento de Chico Xavier, sendo agraciados até três indicados por ano. O PRS 44/2020 também cria o Conselho da Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier, composto por um senador ou senadora representante de cada partido político com assento no Senado. A composição do conselho será renovada a cada dois anos, entre os meses de fevereiro e março da primeira e terceira sessões legislativas ordinárias, permitida a recondução de seus membros.

"Chico nos ensinou lições que ficaram marcadas na história, sendo sinônimo de amor e caridade, seguindo sempre a máxima: 'fora da caridade não há salvação'. A outorga da premiação valorizará ações que merecem ser homenageadas e exaltadas, tentando-se assim incentivar atos de caridade", sintetizou Girão na justificação do projeto. 

Para o relator, o mundo necessita cada vez mais de caridade. Assim, nada mais justo do que dar destaque àqueles que a promovem. Sua prática seria indicador de elevação moral, caracterizando a essência boa do ser humano. 

"Esse foi o exemplo deixado por Chico Xavier e essas são as atitudes que se pretende incentivar e premiar com a instituição da presente comenda", afirmou Rodrigo Cunha.  

Ele acolheu emenda apresentada pelo senador Jayme Campos (DEM-MT) para que os meios de comunicação do Senado Federal divulguem, no mês dedicado à premiação, informações sobre os agraciados e programas, campanhas educativas, iniciativas e projetos de ações sociais de caridade, com ênfase em boas práticas de solidariedade organizadas pela sociedade civil e pelo poder público. 

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e os senadores Antonio Anastasia (PSD-MG), Soraya Thronicke (PSL-MS), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Ney Suassuna (Republicanos-PB) e Nelsinho Trad (PSD-MS) elogiaram o autor e o relator pela proposta e destacaram virtudes e ações de Chico Xavier.

— O espiritismo é um bálsamo que nos traz acalanto naquele momento difícil — disse Soraya Trhonicke.

Para Randolfe, Chico Xavier foi um dos brasileiros mais excepcionais da contemporaneidade. Ele destacou que o religioso dizia que cada dia da vida era uma nova página em branco para o ser humano. Anastasia observou que o povo do estado de Minas Gerais tem orgulho de ter Chico Xavier como conterrâneo.  

Chico Xavier

Francisco Cândido Xavier, ou simplesmente Chico Xavier, nasceu na cidade mineira de Pedro Leopoldo, no dia 2 de abril de 1910, e morreu em Uberaba (MG), em 2002. Afirmava que havia começado a psicografar obras aos 17 anos. Ao todo, publicou mais de 450 livros, tendo vendido mais de 50 milhões de exemplares. 

Todo o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros era revertido para obras de caridade. Seu nome foi indicado em duas oportunidades para concorrer ao Prêmio Nobel da Paz, em 1981 e 1982, tendo recebido mais de 2 milhões de assinaturas em apoio, vindas de 30 países diferentes, disse o relator. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)