Na comissão da covid-19, Paulo Guedes confirma extensão do auxílio emergencial
Anderson Vieira | 30/06/2020, 11h51 - ATUALIZADO EM 30/06/2020, 13h35
O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou que o governo federal vai prorrogar o pagamento do auxílio emergencial aos trabalhadores prejudicados pela pandemia do novo coronavírus. O representante do Executivo participou, nesta terça-feira (30), de reunião virtual com a comissão mista que acompanha as ações de combate às crises sanitária e econômica.
Guedes não quis dar detalhes sobre os valores a serem pagos, porque, segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro fará o anúncio. Ele adiantou que será por decreto para evitar atrasos.
— Vai ser por decreto. Porque se entrar na Câmara são mais 15, 20 dias; depois sobe para o Senado, volta.... Da mesma forma, queremos que haja cobertura por três meses. É aquele dilema: ou damos um valor muito alto por menos tempo ou colocamos um valor mais baixo e esticamos um pouco. Vamos realmente fazer três meses de cobertura com dois pagamentos num mês. Há solução para esse problema. Se os senhores pararem para pensar um pouquinho, há solução. O objetivo é respeitar o espírito da lei [Lei 13.982, de 2020]: R$ 600 num mês e R$ 600 no outro. Só que conseguiremos uma cobertura de três meses, e os senhores vão ver a solução. Espero que compreendam e nos ajudem — disse o ministro aos parlamentares.
Novo programa
Segundo Paulo Guedes, ao pagar o auxílio emergencial, o governo descobriu a existência de 38 milhões de brasileiros invisíveis, sem nenhum tipo de documentação. Parte deles são trabalhadores informais, para os quais será lançado um novo programa de auxílio após a pandemia.
— Descobrimos que havia 38 milhões de invisíveis no país, sem registro. Entre eles, cerca de 10 milhões são realmente muito pobres. Já os outros 25 a 30 milhões são empreendedores, trabalhadores por conta própria. É gente que está por aí se virando, ganhando a vida, e que vai ser objeto de um próximo programa nosso, o Verde e Amarelo, exatamente para darmos dignidade a essas pessoas que lutam em defesa da própria vida, da vida das suas famílias e que estão completamente desassistidas pelo Estado — explicou.
Investimentos privados
Segundo Paulo Guedes, o Brasil já mobilizou R$ 1 trilhão de recursos, valor que é duas vezes maior do que a média dos países emergentes e 10% superior ao aplicado pela a média dos países mais desenvolvidos.
— Então, não podemos concordar em nenhum momento com a afirmação de que o governo não se mobilizou. Consideramos isso uma visão muito injusta — afirmou.
De acordo com o ministro, apesar da crise econômica, a massa salarial subiu, e o Brasil ainda conseguiu proteger 10 milhões de empregos. Ele disse estar confiante no pós-pandemia, quando será preciso destravar alguns setores estratégicos para atração de novos investimentos.
— Temos os setores elétrico, de cabotagem, gás natural e petróleo. Quatro ou cinco grandes frentes de investimentos para destravarmos juridicamente. Por isso, podemos surpreender o mundo quando voltarmos de modo seguro ao trabalho. Essa é a nossa agenda de curto prazo: prorrogação do auxílio emergencial e o destravamento do investimento. É possível o Brasil retomar as reformas estruturantes e o crescimento econômico antes que a maioria dos analistas têm previsto — avaliou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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